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Irmandade Ariana é suspeita de assassinar promotor do Texas

Segundo congressista, grupo de supremacia branca pode estar por trás dos assassinatos no fim de semana de um promotor do Texas e sua esposa

Promotor-assistente Mark Hasse, que foi morto a tiros em janeiro, no Concado de Kaufman (Divulgação/Reuters)

Promotor-assistente Mark Hasse, que foi morto a tiros em janeiro, no Concado de Kaufman (Divulgação/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 1 de abril de 2013 às 13h34.

Dallas - O grupo de supremacia branca Irmandade Ariana pode estar por trás dos assassinatos no fim de semana de um promotor do Texas e sua esposa, que ocorreram meses depois de um promotor-assistente ter sido morto a tiros no mesmo município, disse um parlamentar do Texas nesta segunda-feira.

"Eu acredito que seja um grupo. Pode ser a Irmandade Ariana", afirmou o congressista do Texas Ted Poe, republicano e ex-juiz e promotor em seu Estado, à CNN.

Poe não entrou em detalhes para sua hipótese sobre as mortes, nem disse no que exatamente a sua informação era baseada.

Mas ele ressaltou que apenas 13 promotores foram assassinados em todo o país nos últimos 30 anos e que os assassinatos do Texas tinham todas as características de uma campanha de medo e intimidação, "especificamente destinada a certas pessoas com funções específicas na aplicação da lei".

Os investigadores ainda não nomearam nenhum suspeito no caso.

"Parece-me que um cenário pode estar se desenvolvendo de que o escritório do promotor estava investigando esta quadrilha, ou outra quadrilha, e eles queriam impedir essa investigação", acrescentou Poe.

O promotor do Condado de Kaufman, Mike McLelland, e sua esposa, Cynthia, foram encontrados mortos a tiros em sua casa perto de Forney, Texas, no sábado. O promotor-assistente Mark Hasse foi morto a tiros em janeiro.

O xerife do Condado de Kaufman, David Byrnes, disse no domingo que o FBI, a polícia do Texas e autoridades responsáveis pela aplicação da lei estão investigando o duplo homicídio.

O gabinete do xerife foi notificado pouco antes das 18h do sábado (horário local) de que os dois corpos foram encontrados em casa nos arredores de Forney, a cerca de 20 milhas de Dallas, disse Byrnes.


Embora ele não tenha discutido possíveis suspeitos no caso, acredita-se que os policiais estejam se concentrando na Irmandade Ariana no caso do assassinato de Hasse.

"Qualquer coisa por dinheiro"

O Condado de Kaufman é considerado um reduto regional da quadrilha, que Poe disse estar fortemente envolvida com drogas e prostituição e "qualquer coisa por dinheiro".

Hasse foi morto a tiros em 31 de janeiro em um assassinato ao estilo das gangues do lado de fora do tribunal do Condado de Kaufman. O crime aconteceu no mesmo dia em que o Departamento de Justiça dos EUA divulgou um comunicado dizendo que a Promotoria do Condado de Kaufman estava envolvida em um caso de fraude contra a Irmandade Ariana.

Em uma acusação formal aberta em novembro, o braço texano da Irmandade Ariana foi descrito como uma quadrilha responsável por assassinatos, incêndios, assaltos e outros crimes, e propenso a "extrema violência e ameaças de violência para manter a disciplina interna e retaliar contra o aqueles que acredita estarem cooperando com as autoridades".

O juiz Bruce Wood disse à Reuters que o último contato conhecido com os McLellands foi por volta das 19h na sexta-feira (horário local). Ele descreveu McLelland como um amigo e colega, e disse que os dois conversavam regularmente sobre o caso Hasse.

McLelland, um veterano que passou 23 anos no Exército e participou da operação Tempestade no Deserto (Guerra do Golfo), deixou cinco filhos, incluindo um que é agente da polícia de Dallas, segundo o site do condado.

As autoridades não prenderam ninguém por causa da morte de Hasse. McLelland havia prometido levar o assassino à Justiça.

No mês passado, o caso teve uma nova reviravolta com o anúncio de que o FBI estava investigando uma possível relação da morte de Hasse com o assassinato de Tom Clements, diretor prisional do Colorado, ocorrido em 19 de março.

Evan Spencer Ebel, de 28 anos, ex-detento do Colorado suspeito de matar Clements, morreu em tiroteio com a polícia no dia 21 em Decatur, no Texas. Ebel era membro de uma quadrilha supremacista branca chamada 211 Crew, e tinha uma tatuagem de suástica, segundo registros judiciais.

Mas o juiz Wood disse que os investigadores não descobriram ligações entre as mortes de Clements e Hasse.

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