Militantes do Estado Islâmico: o grupo esteve envolvido no sequestro do jornalista da "BBC" Alan Johnston, em 2006 (AFP)
Da Redação
Publicado em 11 de setembro de 2015 às 16h04.
Cidade de Gaza - Uma facção salafista da Faixa de Gaza autodenominada "Yesh el Islã" (Exército do Islã) expressou nesta sexta-feira sua adesão ao grupo jihadista Estado Islâmico (EI) e sua lealdade ao autoproclamado califa, Abu Bakr al Baghdadi.
Em declaração publicada no Facebook, o grupo salafista de Gaza assinala que seus seguidores se integraram ao EI "devido ao que está acontecendo" na faixa, "principalmente o domínio e a influência" do movimento islamita Hamas, do qual dizem que "defende os interesses dos judeus".
"Nós, os soldados do Exército do Islã na Faixa de Gaza, e nosso líder Mumtaz Dughmush, Alá o proteja, nos consideramos parte integral do Wilayat Sinai" (ramo do EI na Península do Sinai), expressou o grupo na mensagem.
Neste sentido, anunciam sua submissão à autoridade de Abu Bakr Baghdadi, "o califa de todos os muçulmanos na casa do Islã e em qualquer lugar onde residem muçulmanos".
O grupo, dirigido por um membro de um conhecido clã da faixa, os Dughmush, foi um dos três que estiveram envolvidos no sequestro em 2006 do soldado israelense Gilad Shalit, depois libertado em uma troca com Israel por mais de mil presos palestinos.
Além disso, o Yesh el Islã esteve envolvido no sequestro do jornalista da "BBC" Alan Johnston, em 2006.
A presença de militantes do EI em Gaza prejudicou nos últimos anos as relações entre Egito e Hamas (que controla a faixa desde 2007), após uma rede de sangrentos atentados no Sinai.