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Grupo lança campanha contra assédio a mulheres no Egito

Grupo de homens jovens lançou uma campanha para perseguir os que agredirem mulheres durante esta semana, durante a celebração da Festa muçulmana do Sacrifício


	Mulheres participam de manifestações: ação se concentra nas duas principais cidades de país, Cairo e Alexandria
 (Getty Images)

Mulheres participam de manifestações: ação se concentra nas duas principais cidades de país, Cairo e Alexandria (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 16 de outubro de 2013 às 13h14.

Cairo - Um grupo de homens jovens lançou uma campanha para perseguir os que agredirem mulheres durante esta semana, durante a celebração da Festa muçulmana do Sacrifício, no Egito, disse nesta terça-feira à Agência Efe um dos coordenadores.

O organizador da iniciativa, Shadi Hussein, um estudante de jornalismo de 20 anos, explicou que a campanha se chama "Agridam o Agressor Durante o Eid al-Adha", nome da festa do Sacrifício em árabe.

A ação se concentra nas duas principais cidades de país, Cairo e Alexandria, e durante esta semana irá todas as tardes aos locais mais movimentados.

Ontem, primeiro dia do Eid, que vai até amanhã, não detectaram casos de assédio na capital, mas em Alexandria, sim, junto ao litoral mediterrâneo, onde cerca de 30 voluntários percorreram as ruas próximas ao mar.

Hussein disse que o grupo registrou 29 casos de assédio verbal e dois físicos. Nesses dois últimos, os voluntários repreenderam em público um dos agressores, que era um menor de idade, e que "tomou um grande susto".

O outro, um jovem de 29 anos, teve o rosto "pichado" com tinta spray preta para que "todo mundo soubesse que agride mulheres", disse Hussein.

No Cairo, a campanha se concentra na rua Qasr el Nil e o calçadão junto ao rio Nilo, onde se costumam congregar os jovens.


Hussein destacou que a maioria dos voluntários da campanha são estudantes e recém-formados, que pensam na possibilidade que a iniciativa prossiga todo o ano e não apenas durante as festas.

"O que me motivou a me juntar à campanha foi a tristeza de saber que meu país chegou ao segundo lugar entre os países do mundo onde mais se agride mulheres", lamentou.

O jovem responsabilizou o "extremismo religioso" da sociedade pelo fenômeno, porque, em sua opinião, o cenário "reprime as liberdades e minimiza a importância e o papel da mulher".

"Elas são livres para se vestirem como o quiserem. Eu aconselho que usem sprays e isqueiros contra os que as agredirem", concluiu Hussein.

O assédio a mulheres durante as festividades se tornou um fenômeno recorrente no Egito.

Grupos de crianças andam pelo centro e por outras áreas do Cairo e de outras cidades, onde as mulheres costumam ser objeto de agressões verbais e físicas, algumas vezes diante da passividade das forças de segurança.

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