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Para França, grupo fundamentalista preparava atentados

O procurador-chefe de Paris explicou que diversas provas permitiram confirmar que eles previam 'cometer ações violentas em território francês'

Molins especificou que o projeto de sequestro estava na fase 'intelectual'  (©AFP / Remy Gabalda)

Molins especificou que o projeto de sequestro estava na fase 'intelectual' (©AFP / Remy Gabalda)

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Da Redação

Publicado em 3 de abril de 2012 às 21h58.

Paris - Os supostos chefes do grupo islamita Forsane Alizza detidos na sexta-feira e apresentados nesta terça diante de um juiz para serem acusados por terrorismo, estavam armados, recebiam treinamentos e tinham alvos definidos para atacar na França.

Ao menos 13, dos 17 detidos na semana passada em diferentes pontos do país como membros deste grupo vinculado à Al Qaeda, devem ser acusados e eventualmente presos a pedido da Procuradoria diante das suspeitas 'da iminência de cometerem atentados'.

O procurador-chefe de Paris, François Molins, explicou em entrevista coletiva que diversas provas permitiram confirmar que eles previam 'cometer ações violentas em território francês', assim como conhecerem alguns de seus alvos, como o sequestro de um magistrado em Lyon e de responsáveis religiosos.

Molins especificou que o projeto de sequestro estava na fase 'intelectual' no caso do juiz Albert Lévy, que é judeu, embora não se sabe se estava prestes a acontecer, por isso ou por suas funções como magistrado que ele foi encarregado da instrução de um deles.

O sequestro do juiz Lévy - que depois dessa descoberta passou a contar com escolta policial - havia sido tratado em reunião em Lyon no mês de setembro.

De qualquer maneira, o procurador de Paris justificou a ação da semana passada contra os integrantes desta organização salafista, à qual a justiça investigava desde outubro com base em informações dos serviços secretos, porque 'havia poucas dúvidas sobre suas intenções'.


Eles tinham em seu poder dez armas (incluindo três kalashnikov). Além disso, as investigações apontaram que consultavam sites que ensinam como fabricar explosivos. Em um site próprio, reivindicavam 'a criação de um califado' na França para aplicar a Sharia (a lei islâmica), usando como justificativa a Jihad, 'a guerra santa', e se preparavam para 'uma guerra civil'.

A vigilância física e telefônica dos principais dirigentes, em particular Mohammed Achamlane, chamado por todos de 'o emir', mostrou que contavam com uma rede de responsáveis em diferentes cidades da França, como Paris, Lyon, Nantes, Marselha e Nice.

Eles se reuniam semanalmente, organizavam treinamentos físicos em parques e florestas de Paris e nos arredores, assim como sessões de doutrinamento.

Em comunicado sem data, exigiam 'pacto de não agressão à comunidade muçulmana', o que de acordo com Forsane Alizza devia traduzir-se no fim da participação das tropas francesas em operações em países de maioria islâmica. Em caso de não cumprimento, este grupo se considerava 'em guerra' (com a França).

Molins contou que com 'o cruzamento de certos elementos' coletados que colocam em evidência os planos de Achamlane e de seus seguidores, os magistrados instrutores 'não quiseram assumir riscos' e optaram por ordenar as detenções já que havia 'elementos suficientes' para acusá-los, embora nos interrogatórios todos tenham 'minimizado seus papéis, como é habitual'.

Essa foi uma forma do procurador-chefe de dirimir as dúvidas que surgiram nos últimos dias sobre se a operação de sexta-feira teve intenções eleitoreiras por parte do governo do presidente, Nicolas Sarkozy, que concorre à reeleição nos pleitos de 22 de abril e de 6 de maio.

A campanha eleitoral derivou em direção ao tema da segurança e da luta antiterrorista a partir dos massacres de março em Toulouse e Montauban, reivindicadas pelo jovem fundamentalista Mohammed Merah, morto a tiros pela Polícia no último dia 22.

O representante do Ministério público precisou que o desmantelamento da Forsane Alizza 'não tem qualquer relação com o caso Merah' e nunca houve contatos entre eles. 

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