EI: membros listaram as regras sobre como os véus e as roupas devem ser utilizados (Stringer/Reuters)
Da Redação
Publicado em 25 de julho de 2014 às 12h18.
Bagdá - O Estado Islâmico, uma ramificação da Al Qaeda que tomou várias partes do norte do Iraque no mês passado, tem advertido as mulheres na cidade de Mosul de que agora são obrigadas a usar véus que cubram todo o rosto, do contrário sofrerão severas punições.
Os insurgentes sunitas, que declararam um califado em partes do Iraque e da Síria e ameaçam avançar sobre Bagdá, também listaram as regras sobre como os véus e as roupas devem ser utilizados, como parte de uma campanha para violentamente impor uma vertente radical do Islã. “Essa não é uma restrição à liberdade delas, mas para evitar que elas caiam em humilhação e vulgaridade, ou sejam uma atração aos olhos daqueles que as estão olhando”, disse o Estado Islâmico em um comunicado.
Um clérigo em Mosul afirmou à Reuters que homens armados do Estado Islâmico haviam aparecido em sua mesquita e ordenado que ele desse alertas aos fiéis nos alto-falantes. “Qualquer um que não esteja comprometido com sua obrigação e seja motivado pelo glamour estará sujeito a prestar contas e a uma punição severa, para proteger a sociedade de danos, manter as necessidades da religião e protegê-la de deboches”, disse o Estado Islâmico.
O grupo insurgente, anteriormente conhecido como Estado Islâmico do Iraque e o Levante, tem sistematicamente reprimido quaisquer influências religiosas ou culturais que julgue não-islâmicas desde que tomou o controle de regiões no norte iraquiano.
As mulheres foram orientadas a nunca andarem sem um guardião homem. O Estado Islâmico também deu orientações sobre como elas devem se vestir em Mosul, uma das maiores cidades do Iraque.
As mãos e os pés têm de ser cobertos e as roupas não podem se moldar no corpo. E nada de usar perfume. O Estado Islâmico até mesmo ordenou que donos de lojas cubram os manequins com véus que escondam todo o rosto.
Um homem foi recentemente chicoteado em público por abusar sexualmente de uma mulher. Militantes do Estado Islâmico consideram os xiitas, maioria no Iraque, como infiéis que merecem ser mortos e disseram que os cristãos têm de se converter ao Islã, pagar uma taxa religiosa ou enfrentar a pena de morte.