Joe Biden (Kevin Lamarque/Reuters)
Bloomberg
Publicado em 9 de novembro de 2020 às 19h18.
Última atualização em 9 de novembro de 2020 às 19h20.
Assessores de saúde do presidente eleito Joe Biden conversaram com executivos do setor farmacêutico sobre a Operação Warp Speed, o programa dos Estados Unidos para o desenvolvimento de vacinas e tratamentos contra o coronavírus, segundo pessoas a par do assunto.
Os assessores de Biden se reuniram em setembro e outubro com empresas que possuem vacinas ou terapias contra a Covid-19 em ensaios clínicos no estágio final, disseram as pessoas. O objetivo era reunir informações sobre o desenvolvimento, fabricação e distribuição de vacinas e terapias combater o novo coronavírus.
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A Operação Warp Speed ajudou a financiar pesquisas de muitas empresas e fechou acordos para garantir o fornecimento aos EUA. Quando assumir a presidência em janeiro, o governo Biden vai herdar a iniciativa, que é administrada pelos departamentos de Saúde e Serviços Humanos e de Defesa.
O momento da posse pode se alinhar com um programa em massa para imunizar americanos com as vacinas recém-autorizadas. Na segunda-feira, Pfizer e BioNTech informaram que sua vacina experimental mostrou 90% de eficácia em uma análise inicial dos resultados de um grande ensaio clínico. Se a vacina for considerada segura, poderá chegar ao mercado dos EUA até o fim deste ano.
Os assessores indicaram a executivos das farmacêuticas que o governo Biden não estava interessado em fazer mudanças na Warp Speed que pudessem atrapalhar os planos de colocar novos medicamentos e vacinas no mercado. Também sinalizaram que o governo quer estar pronto para auxiliar os esforços das empresas quando Biden assumir o cargo, segundo as pessoas, que não quiseram ser identificadas.
Nas próximas semanas, várias empresas podem solicitar autorização emergencial para vacinas à FDA, que regula alimentos e fármacos nos EUA. Regeneron Pharmaceuticals e Eli Lilly solicitaram separadamente à agência autorizações de uso emergencial para terapias de anticorpos destinadas a combater infecções. O presidente Donald Trump recebeu a terapia experimental da Regeneron quando foi diagnosticado com Covid-19 em outubro.
Vivek Murthy, cirurgião-geral dos EUA sob o presidente Barack Obama entre 2014 e 2017, e o ex-comissário da FDA, David Kessler, que trabalhou nos governos de George H.W. Bush e Clinton de 1990 a 1997, têm indicado pessoas para Biden na Warp Speed, de acordo com uma das pessoas.
O porta-voz da campanha do presidente eleito, Andrew Bates, disse que Biden está empenhado em ajudar a desenvolver uma vacina segura e eficaz o mais rápido possível e que os assessores médicos da campanha foram informados por empresas que desenvolvem vacinas sobre o processo.
A campanha já havia criticado o governo Trump pela falta de transparência sobre os padrões científicos, supervisão e planos de distribuição da vacina. O site da campanha diz que a Operação Warp Speed carece de uma estratégia para cumprir sua missão e ganhar a confiança dos americanos.
Liderada por Moncef Slaoui, ex-executivo do setor farmacêutico, e pelo general do Exército Gustave Perna, a Warp Speed é o componente mais ambicioso da resposta do governo Trump à pandemia. Selecionou vacinas e medicamentos promissores; investiu em pesquisa, desenvolvimento e fabricação; e fechou acordos garantindo acesso a novas terapias. A operação tem orçamento superior a US$ 18 bilhões.
Um porta-voz do Departamento de Saúde e Serviços Humanos disse que a Warp Speed está focada em desenvolver e distribuir vacinas e terapêuticas seguras e eficazes para a população americana o mais rápido possível e que seu processo é conduzido pela ciência, não pela política.
Com a colaboração de John Tozzi.