Groelândia: escândalos e a crise dominaram a campanha eleitoral (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 28 de novembro de 2014 às 12h17.
Copenhague - A Groenlândia, território autônomo da Dinamarca, realiza nesta sexta-feira eleições antecipadas em um mês e meio depois da renúncia da primeira-ministra, a social-democrata Aleqa Hammond, por conta de um caso de corrupção.
Os resultados provisórios da eleição só devem ser revelados durante a madrugada. De acordo com as pesquisas, o ganhador será o esquerdista Inuit Ataqatigiit (IA), que deve obter mais votos do que o social-democrata Siumut, embora longe da maioria absoluta.
O partido Naleraq, nova formação criada há poucos meses pelo ex-presidente social-democrata Hans Enoksen, aparece como terceira força e poderia ser determinante, e embora deva apoiar o IA, ainda não revelou seus planos em público.
Os escândalos e a crise dominaram a campanha eleitoral, enquanto o debate independentista ficou em segundo plano após serem comprovadas as dificuldades de uma autonomia econômica, embora a maioria dos partidos e da população sigam apoiando a separação da Dinamarca.
A Groenlândia aprovou em 2008, com 75% de votos a favor, um novo Estatuto de Autonomia que inclui o direito à autodeterminação e o controle dos recursos de seu rico subsolo.
Mas os projetos petrolíferos e mineiros que deviam sustentar o futuro Estado não frutificaram e as expectativas foram rebaixadas depois que uma comissão de analistas dinamarqueses e groenlandeses concluíram que a independência não é viável a médio prazo.
A economia groenlandesa, que depende da pesca e da ajuda anual de Copenhague (com cerca de 482 milhões de euros, quase um terço dos renda totail), se contraiu nos dois últimos anos, com retrocessos de 0,3% e de 1,9% no Produto Interno Bruto (PIB), e o balanço provisório de 2014 aponta para um déficit milionário.