Na segunda-feira, os manifestantes bloquearam o tráfego na linha 1 do metrô de Paris e ocuparam os trilhos do trem em Lyon (reuters/Reuters)
AFP
Publicado em 24 de dezembro de 2019 às 12h53.
Última atualização em 24 de dezembro de 2019 às 13h16.
A greve nos transportes continuava nesta terça-feira na França, véspera de Natal, com os ferroviários determinados a manter sua mobilização contra a reforma da Previdência do presidente Emmanuel Macron.
Neste vigésimo dia de greve, apenas 40% dos trens de alta velocidade (TGV) circulam, segundo a SNCF, operadora ferroviária.
O tráfego será reduzido ainda mais na parte da tarde, com o fechamento total das linhas de trens suburbanos parisienses, que só serão reabertas na quarta-feira "no início da tarde", segundo a SNCF.
"Não há razão para que a greve pare subitamente", disse Laurent Brun, secretário-geral da CGT ferroviária, ao jornal La Humanidad.
"Não vamos parar quando perdemos 20 ou 25 dias de salário apenas porque é Ano Novo", afirmou,indicando que o movimento continuará na próxima semana.
Em Paris, apenas duas linhas automatizadas do metrô funcionavam normalmente e várias estavam completamente fechadas.
O projeto de reforma quer substituir os 42 sistemas de pensão existentes - alguns dos quais permitem que determinadas categorias, principalmente maquinistas, aposentem-se antes - por um "sistema universal" por pontos. Também inclui uma forte incitação a se trabalhar até os 64 anos, em vez dos 62 de idade "legal" para a aposentadoria.
A greve já causou uma perda de 400 milhões de euros para a SNCF, segundo informou seu presidente Jean Pierre Farandou, em entrevista ao jornal Le Monde, nesta terça-feira.
"O conflito não acabou e ainda é muito cedo para fazer um balanço completo", mas "depois de vinte dias, já contabilizamos 400 milhões de euros de faturamento que não serão realizados neste período", diz Farandou, prevendo "que as contas de 2019 serão fortemente impactadas por esse conflito".
Na segunda-feira, os manifestantes bloquearam brevemente o tráfego na linha 1 do metrô de Paris e ocuparam os trilhos do trem em Lyon.
Até o momento, não há solução à vista, goste o presidente francês, Emmanuel Macron, ou não. Durante visita à Costa do Marfim no último sábado, ele disse aos grevistas que "é bom saber fazer uma trégua" e invocar seu "senso de responsabilidade".
O governo, porém, marcou para o dia 7 de janeiro a próxima reunião entre ministros e sindicatos.
As discussões vão prosseguir até a apresentação do projeto de lei em Conselho de ministros no dia 22 de janeiro.
Paralelamente, o primeiro-ministro Edouard Philippe "vai propor (...) um método de trabalho" sobre o equilíbrio financeiro do sistema previdenciário na "semana de 6 de janeiro".