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Greve de fome de prisioneiros palestinos agrava tensão com Israel

Greve, que começou em 17 de abril, foi uma resposta a um clamor de Marwan Barghouti, o palestino mais conhecido sob detenção de Israel

Homem protesta em apoio a prisioneiros palestinos que estão em greve de fome em prisões de Israel (Ibraheem Abu Mustafa/Reuters)

Homem protesta em apoio a prisioneiros palestinos que estão em greve de fome em prisões de Israel (Ibraheem Abu Mustafa/Reuters)

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Reuters

Publicado em 9 de maio de 2017 às 11h52.

Jerusalém / Gaza - Uma greve de fome de mais de mil prisioneiros palestinos em protesto contra o tratamento que recebem em prisões israelenses se transformou em uma disputa acalorada na qual se discute se o líder da iniciativa violou o jejum em segredo e se Israel tentou convencê-lo a furar o movimento.

A greve, que começou em 17 de abril, foi uma resposta a um clamor de Marwan Barghouti, o palestino mais conhecido sob detenção de Israel, pedindo um protesto contra as más condições e uma política israelense de detenção sem julgamento que vem sendo aplicada a milhares de prisioneiros desde os anos 1980.

Barghouti, um líder do movimento Fatah, viu sua popularidade entre os palestinos crescer desde que foi condenado por assassinar israelenses durante a segunda intifada e condenado a cinco penas de prisão perpétua em 2004. Pesquisas indicam que muitos palestinos o querem como seu próximo presidente.

Embora as greves de fome não sejam incomuns entre os 6.500 palestinos nas cadeias de Israel, muitos dos quais foram condenados por ataques ou por planejarem ataques contra o Estado judeu, está é uma das maiores até hoje. Se mantida, pode representar um desafio a Israel antes da visita do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em 22 de maio.

É provável que a greve de fome também eleve as tensões entre Israel e os palestinos devido à aproximação do 50º aniversário da ocupação israelense da Cisjordânia e de Jerusalém Oriental, que ocorre no princípio de junho.

No início da greve, um grupo de colonos israelenses fez um churrasco no estacionamento de uma das prisões, em uma tentativa aparente de provocar aqueles que jejuavam do lado de dentro.

No domingo, o ministro da Segurança Pública de Israel, que diz que a greve tem motivação política, acusou Barghouti de consumir biscoitos e barras de chocolate em segredo, e o governo liberou imagens do Serviço Prisional de Israel.

"Ele mentiu ao público palestino quando afirmou estar em greve", disse Gilad Erdan. "Israel não irá ceder à extorsão e à pressão de terroristas".

As imagens de dois vídeos filmados com dois dias de intervalo, feitas com uma câmera instalada no teto da cela, não mostram de maneira conclusiva que o prisioneiro é Barghouti, de 58 anos, e não fica inteiramente claro o que ele está comendo ou se realmente o faz.

Na segunda-feira, reagindo a perguntas sobre como o vídeo veio a público, Erdan insinuou que carcereiros israelenses tentaram Barghouti com os alimentos. Como está na solitária, ele não teria sido capaz de contrabandeá-los.

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