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Greve de caminhoneiros argentinos paralisa exportação de alimentos

Milhares de caminhões pararam de transitar ou estacionaram às margens das estradas na Argentina, maior exportador mundial de farinha e óleo de soja

Caminhoneiros fazem greve em Victoria, província de de Entre Ríos, Argentina, em 14 de abril de 2022

 (AFP/AFP)

Caminhoneiros fazem greve em Victoria, província de de Entre Ríos, Argentina, em 14 de abril de 2022 (AFP/AFP)

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AFP

Publicado em 14 de abril de 2022 às 21h20.

A greve dos caminhoneiros de cereais e derivados na Argentina, que reivindicam pelo quarto dia consecutivo melhores taxas em meio ao  aumento do preço do gasóleo (diesel), paralisou as exportações de alimentos, alertaram nesta quinta-feira (14) fontes agrícolas.

"Todo o complexo agroexportador está paralisado. A economia argentina não pode arcar com esses luxos", disse Gustavo Idígoras, presidente da Câmara do Centro da Indústria do Petróleo e Exportadores de Cereais (Ciara-CEC) em um comunicado.

Milhares de caminhões pararam de transitar ou estacionaram às margens das estradas na Argentina, maior exportador mundial de farinha e óleo de soja, e um dos primeiros em vendas externas de trigo, soja e milho, arrecadando cerca de 35 bilhões de dólares em 2021, segundo dados oficiais.

A crise eclodiu em plena safra 2021-2022 da agricultura argentina, impulsionada pelo aumento do valor do combustível sob a influência da disparada dos preços internacionais após a invasão russa da Ucrânia.

A Federação de Transportadores Argentinos (FETRA), organizadora da greve, disse que "entidades agrícolas negam o preço real do diesel que os transportadores estão pagando" e exigem um aumento nas taxas de frete dos empregadores agrícolas.

O governo convocou na quarta-feira uma reunião conciliatória das partes em conflito - FETRA e os empregadores agrícolas - mas o diálogo falhou.

Um litro de diesel é vendido nas estações de serviço por 110 pesos (0,93 dólares), mas a FETRA denunciou que "há escassez" e que começaram a cobrar taxas adicionais que levaram o preço a 191 pesos (1,6 dólares). “A greve causa prejuízos de cerca de 100 milhões de dólares por dia, cerca de 200 toneladas que não são descarregadas nos terminais portuários. Temos 50 navios esperando”, disse Idígoras.

O empresário admitiu que não há diesel suficiente para tratores e colheitadeiras. Todos os dias entre 3.000 e 4.000 caminhões entram nos terminais e apenas uma dúzia está entrando, revelou Idígoras.

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