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Greenpeace nega pirataria e diz que vai recorrer na Rússia

O Greenpeace anunciou que recorrerá de todas e cada uma das infrações processuais apresentadas pela Justiça russa contra seus 30 ativistas, que foram detidos


	Guardas russos invadem um navio do Greenpeace: "faremos tudo o que for possível para recorrer cada infração processual", disse membro da organização
 (AFP)

Guardas russos invadem um navio do Greenpeace: "faremos tudo o que for possível para recorrer cada infração processual", disse membro da organização (AFP)

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Da Redação

Publicado em 27 de setembro de 2013 às 10h52.

Moscou - O Greenpeace anunciou nesta sexta-feira que recorrerá de todas e cada uma das infrações processuais apresentadas pela Justiça russa contra seus 30 ativistas, que foram detidos após um protesto contra as atividades de uma plataforma petrolífera nas águas do Ártico.

"Faremos tudo o que for possível para recorrer cada infração processual e cada violação do direito internacional, que, segundo a Constituição russa, deve ser obrigatoriamente cumprido em todo território", afirmou Anton Benislavski, coordenador de programas do Greenpeace na Rússia, em entrevista coletiva.

O ativista, que qualificou a detenção dos ativistas como "ilegal", advertiu que o Greenpeace defende a "adoção de medidas jurídicas, tanto dentro do país como em nível internacional, contra cada funcionário que tenha permitido tais infrações".

"Supostamente, aqui não se pode falar em nenhum caso de pirataria, já que a ação dos ativistas do Greenpeace não possui indícios formais deste crime, seja em relação ao direito internacional ou ao código penal russo", afirmou.

Benislavski qualificou como "estranho" o fato dos supostos piratas estarem gravando sua ação em vídeo: "É a primeira vez que vejo que piratas coletando de maneira tão descarada provas sobre suas próprias atividades", ironizou o coordenador de programas do Greenpeace na Rússia.

De acordo com Benislavski, citado por agências locais, foram os oficiais da guarda fronteira da Rússia que abriram fogo de advertência diante da presença do navio quebra-gelo civil e desarmado do Greenpeace, o "Arctic Sunrise".


Por sua parte, o outro coordenador de programas do Greenpeace Rússia, Ivan Blokov, comparou a situação do "Arctic Sunrise" com a do "Rainbow Warrior", que foi bombardeado e afundado pelo serviço secreto francês em 1985, durante uma ação contra os testes nucleares no Pacífico Sul.

"Este é o ato hostil mais agressivo - neste caso, por parte da Rússia - contra o Greenpeace desde a explosão do Rainbow Warrior, que, na ocasião, custou o cargo do ministro de Defesa da França", declarou Blokov.

O coordenador do Greenpeace ressaltou que "não se conhece um só caso em toda a história do Greenpeace em que um Estado atuasse de maneira tão agressiva após uma ação pacífica", que, segundo ele, "não tem relação alguma com um delito penal".

A Justiça russa decretou prisão preventiva para 22 dos 30 ativistas do Greenpeace detidos no mar de Pechora, onde vários deles tentavam se acorrentar à plataforma petrolífera "Prirazlomnaya", da empresa energética Gazprom.

Além da condenação dos 22 ativistas a dois meses de prisão preventiva - em qualidade de suspeitos de um delito de pirataria -, o tribunal também prorrogou por 72 horas a detenção do restante da tripulação, incluindo a bióloga brasileira Ana Paula Maciel, que participou do protesto contra a exploração de hidrocarbonetos no Ártico.

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