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Greenpeace denuncia radiação excessiva em Fukushima

Um relatório assinala que muitas áreas se encontram em situação de "emergência radiológica", apesar de o Japão já ter suspendido as restrições de acesso

Fukushima (Christopher Furlong/Getty Images)

Fukushima (Christopher Furlong/Getty Images)

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EFE

Publicado em 1 de março de 2018 às 07h59.

Tóquio - A organização ambientalista Greenpeace denunciou nesta quinta-feira (data local) a presença de níveis excessivos de radioatividade em áreas próximas à usina nuclear de Fukushima, no Japão, que foram reabertas à população.

Um relatório publicado hoje, baseado nas medições realizadas pela própria organização, assinala que muitas destas áreas se encontram em situação de "emergência radiológica", apesar de o governo japonês ter suspendido as restrições de acesso às mesmas após anos de limpeza e descontaminação radiativa.

O panorama apresentado pelo Greenpeace contrasta com a versão das autoridades de Japão, que falam de uma progressiva volta à normalidade nestas áreas afetadas pela catástrofe nuclear provocada pelo terremoto e tsunami de 11 de março de 2011.

O documento apresentado hoje detalha, por exemplo, que nas cidades de Namie e Iitate, situadas a entre 10 e 40 quilômetros da central de Fukushima Daiichi e onde foram parcialmente suspensas as ordens de evacuação em março do ano passado, a radiação continua em níveis "muito acima dos padrões internacionais".

A ONG denunciou ainda a "pouca efetividade" dos trabalhos de descontaminação nas áreas afetadas, e criticou que Tóquio "tenha agido rápido demais" na hora de reabrir estas áreas apesar do "alto risco" que isso acarreta para seus moradores.

O Executivo japonês, por sua parte, sustenta que a radioatividade nas áreas reabertas não representa riscos para a saúde humana, e conta com dados corroborados por especialistas médicos do arquipélago e organismos como o Comitê Científico da ONU sobre os Efeitos da Radiação (UNSCEAR).

O acidente nuclear de Fukushima é considerado o segundo pior da história, após o de Chernobil (Ucrânia) em 1986, e mantém dezenas de milhares de pessoas evacuadas, além de ocasionar graves prejuízos à economia local e acarretar um custo total para os cofres públicos estimado em 20 trilhões de ienes (cerca de R$ 600 bilhões).

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