EXAME.com (EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 23 de outubro de 2013 às 10h49.
Jacarta - Os biscoitos Oreo e a espuma de barbear Gillette, fabricados com óleo de palma, são alguns dos produtos responsáveis pelo desmatamento na Indonésia, denunciou nesta terça-feira o Greenpeace, acusando a empresa agroalimentar Wilmar International de trabalhar com cultivos ilegais.
Em um relatório intitulado "Licença para matar", a organização ambientalista anunciou que a companhia Wilmar, com sede em Cingapura e maior processadora de óleo de palma do mundo, obtém o produto através da exploração ilegal de terrenos no parque protegido de Tesso Nilo, onde vive a maioria dos tigres de Sumatra, em risco de extinção.
"Enquanto Wilmar não se comprometer com uma política sem desmatamento, sua venda de óleo de palma para grandes marcas (...) continuará transformando os consumidores em cúmplices involuntários da extinção dos 400 tigres de Sumatra que restam na Indonésia", afirmou Bustar Maitar, chefe da campanha do Greenpeace para a proteção das florestas indonésias.
A companhia Wilmar produz mais de um terço do óleo de palma do mundo, segundo seu site.
Seu óleo pode ser encontrado nos biscoitos Oreo, na espuma de barbear da Gillette e no creme facial Clearasil, entre outros produtos comercializados em mais de 50 países.
Um porta-voz da companhia disse à AFP que está revisando a política de abastecimento.
"Estamos revisando nossas práticas, entre elas nossa política de abastecimento, trabalhando com especialistas em redes internacionais de fornecimento seguro", disse o porta-voz Lim Li Chuen.
A empresa disse ter feito uma "firme advertência a todos os funcionários" sobre sua nova política de trabalhar com plantações legais e acrescentou que qualquer fornecedor que tente vender um produto ilegal, será rejeitado.
Wilmar é mais recente das grandes companhias denunciadas pelo Greenpeace, que recentemente celebra uma campanha de alto perfil.
A Nestlé e a fabricante de papéis Asia Pulp & Paper se comprometeram com uma política de "desmatamento zero", depois que o Greenpeace deixou em evidência suas políticas insustentáveis.