Mundo

Greenpeace afirma que Angra 3 pode ser 'nova Fukushima'

Na opinião de especialista, a central atômica de Angra 3, situada em Angra dos Reis (RJ), está no lugar errado, foi mal projetada e conta com tecnologia antiquada

Segundo os critérios aprovados pela Alemanha após a catástrofe de Fukushima, Angra 3 teria sido fechada (INFO)

Segundo os critérios aprovados pela Alemanha após a catástrofe de Fukushima, Angra 3 teria sido fechada (INFO)

DR

Da Redação

Publicado em 6 de março de 2012 às 14h18.

Berlim - O Greenpeace condenou nesta terça-feira a construção, com recursos alemães, da usina nuclear Angra 3 no Brasil, visto que seria uma 'boa candidata' a se transformar em 'uma nova Fukushima'.

Ao lado da ONG alemã Urgewald, a organização fez um alerta em Berlim para as precárias condições de segurança destas instalações, baseando-se no relatório elaborado pelo analista independente brasileiro Francisco Correa e divulgado nesta terça.

'Existe a possibilidade de um acidente nuclear (em Angra 3) pelas deficiências no projeto', explicou Correa à Agência Efe após a apresentação do estudo. Para ele, a construção pode dar origem a um 'cenário catastrófico' para o meio ambiente e a economia brasileira em caso de acidente.

Na opinião do especialista, a central atômica de Angra 3, situada em Angra dos Reis (RJ), está no lugar errado, foi mal projetada e conta com tecnologia antiquada, uma perigosa mistura similar à que levou à catástrofe nuclear japonesa de março de 2011.

Além disso, a usina nuclear de Angra 3, um projeto retomado pelo governo brasileiro em 2008, 'não incorpora as lições aprendidas em 11 de setembro, nem as de Fukushima', afirmou Correa, que há 20 anos trabalha como assessor especializado no setor energético.

Correa apresentou seu trabalho em Berlim porque o governo alemão deve aprovar na semana que vem um aval de 1,3 bilhão de euros para garantir a construção de Angra 3.

A usina será financiada pelo consórcio energético francês Areva, que conta com fábricas na Alemanha - motivo da mediação alemã -, e contará com créditos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), do consórcio de entidades financeiras francesas formado por Bank Société Générale, BNP Paribas e Crédit Agricole e do espanhol Banco Santander.

Por sua vez, o especialista em energia nuclear do Greenpeace, Tobias Riedl, explicou que, segundo os critérios aprovados pela Alemanha após a catástrofe de Fukushima, Angra 3 teria sido fechada.

'A usina nuclear de Angra 3 é um perigo para as pessoas no Brasil. Se (a chanceler alemã, Angela) Merkel quer que sua política atômica seja crível, deve deter este acordo nuclear', afirmou Riedl. 

Acompanhe tudo sobre:EnergiaEnergia nuclearFukushimaInfraestruturaUsinas nucleares

Mais de Mundo

G20: EUA reafirmam compromisso em fortalecer Ucrânia contra escalada russa

Xi Jinping chega ao Brasil para fortalecer relações bilaterais com Lula

Brasil assina acordo para trazer gás natural da Argentina ao mercado brasileiro

No RJ, presidente chinês afirma que mundo adentra um 'período de turbulência e mudança'