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Grécia suspende financiamento de partidos criminosos

O Parlamento grego aprovou com ampla maioria uma lei que permite suspender o financiamento estatal de partidos envolvidos em atividades criminosas


	Bandeira da Grécia: lei estabelece a possibilidade de cortar o financiamento público de um partido que tenha membros envolvidos em crimes
 (John Kolesidis/Reuters)

Bandeira da Grécia: lei estabelece a possibilidade de cortar o financiamento público de um partido que tenha membros envolvidos em crimes (John Kolesidis/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 23 de outubro de 2013 às 07h58.

Atenas - O Parlamento grego aprovou na madrugada desta quarta-feira com ampla maioria uma lei que permite suspender o financiamento estatal de partidos envolvidos em atividades criminosas, como se presume é o caso do neonazista Aurora Dourado.

Votaram a favor os deputados os dois partidos da coalizão governamental, o conservador Nova Democracia e o social-democrata Pasok, mas também a maior força de oposição, o esquerdista Syriza e a esquerda moderada Dimar.

O Partido Comunista (KKE) e o partido nacionalista Gregos Independentes se abstiveram.

A lei estabelece a possibilidade de cortar o financiamento público de um partido se um quinto de seus deputados ou membros de seu órgão for acusado formalmente ou detido por envolvimento com atividades criminosas ou terroristas.

O Syriza, o Partido Comunista e os Gregos Independentes não queriam incluir a palavra "terrorismo" na lei, termo que na época da ditadura militar era aplicável a muitos dos que hoje são deputados.

Além disso, os Gregos Independentes queriam que o financiamento de um partido só fosse suspenso se os dirigentes de um partido fossem condenados pela justiça.

O Syriza aceitou finalmente a inclusão deste termo e também que a suspensão do financiamento de um partido possa ser aprovada unicamente com a maioria absoluta dos votos e não com uma maioria qualificada, como exigia inicialmente.

O Partido Comunista tinha exigido que o texto fizesse uma menção explícita ao Aurora Dourado para evitar que a lei possa ser utilizada contra o "movimento popular".

Por sua parte, o Aurora Dourado defendeu que a lei é uma conspiração dos Estados Unuidos, dos judeus e da União Europeia (UE).

A lei foi feita sob medida para punir o Aurora Dourada, cuja cúpula se encontra presa por atividades criminosas e a morte do ativista de esquerda Pavlos Fyssas em 18 de setembro.

O partido recebeu neste ano 873.114,73 euros de financiamento estatal. Além disso, obteve pelo menos dois milhões de euros de financiamento privado, segundo a imprensa grega.

O partido neonazista, que se caracteriza por suas ações violentas contra estrangeiros e se diz no defensor dos pobres (quando estes forem gregos), está presente no Parlamento com 18 deputados (de um total de 300).

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