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Grécia planeja cortar financiamento público de neonazistas

Parlamento começará a discutir uma emenda a uma lei proposta pelo Ministério do Interior


	Grécia: polícia intensificou nos últimos dias revistas nas sedes do partido e casas de membros da organização na busca de armas e explosivos
 (Bloomberg)

Grécia: polícia intensificou nos últimos dias revistas nas sedes do partido e casas de membros da organização na busca de armas e explosivos (Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 30 de setembro de 2013 às 12h19.

Atenas - O governo grego iniciou nesta segunda-feira a discussão sobre uma série de medidas para tentar cortar o financiamento público do partido Aurora Dourado, ao mesmo tempo em que a polícia segue procurando os membros da organização requeridos pela justiça e revistando sedes do grupo em busca de armas.

Hoje o Parlamento começará a discutir uma emenda a uma lei proposta pelo Ministério do Interior que tem como objetivo congelar o financiamento aos partidos políticos que têm dirigentes acusados de delitos graves.

Segundo uma fonte ministerial explicou à Agência Efe, se a emenda for aprovada o financiamento público de um partido será suspenso se seu líder, 10% de seus deputados ou uma parte importante da cúpula da legenda tenham sido acusados para delitos com penas previstas de mais de 10 anos de prisão.

A medida será discutida pelo plenário do Parlamento durante os próximos dias e a ninguém tem dúvidas do alvo: o partido neonazista Aurora Dourado.

Ao todo, seis dos 18 deputados da formação fascista, incluído seu líder, o ex-militar Nikolaos Mijaloliak, e outros 14 militantes do partido e dois policiais comparecerão a partir de amanhã perante um juiz acusados de constituir uma "organização criminosa" que seria responsável por 10 assassinatos ou tentativa de homicídio.

Um desses assassinatos é o do cantor de hip-hop Pavlos Fyssas, cuja namorada e pai compareceram hoje em um tribunal do Pireo para testemunhar contra o assassino confesso, Yorgos Rupakias.


A namorada disse que é capaz de reconhecer o rosto dos supostos militantes neonazistas que, antes do assassinato, agrediram Fyssas e que, segundo algumas provas, teriam ligado para Rupakias para que fosse até o local.

Além disso, o Parlamento examina a possibilidade de suspender o pagamento dos salários e retirar todas as prerrogativas derivadas da condição de deputado dos seis parlamentares do Aurora Dourada que foram presos.

Estes deputados estão sob custódia judicial e serão enviados para prisão preventiva a partir de amanhã, mas mesmo assim eles só perderão suas cadeiras se forem condenados.

Além disso, espera-se que a procuradoria geral grega ordene o congelamento das contas bancárias dos detidos e quebre o sigilo para investigar a procedência dos fundos recebidos pelo partido para suas atividades beneficentes, treinamento militar e compra de armas.

A polícia intensificou nos últimos dias as revistas nas sedes do partido e casas de membros da organização na busca de armas e explosivos.

Hoje foi encontrado na casa do deputado neonazista Jristos Pappas uma pistola, fotos de Hitler, suásticas e capacetes.

No sábado, no imóvel do líder da organização foram encontrados três armas de fogo sem licença e 43.100 euros sem procedência definida.


No lar de um sargento de polícia detido por conexão com a investigação foram achadas armas de fogo sem permissões de uso, abundante munição e explosivos.

Na noite do sábado para domingo, três supostos militantes do Aurora Dourado foram detidos em uma sede do partido com paus, escudos, capacetes e cassetetes.

Recentemente, o jornal "To Vima" entrevistou um suposto militante do partido que relatou a existência treinamento "militar" entre os membros da formação neonazista.

Por enquanto, foram detidas 22 das 32 pessoas ligadas ao Aurora Dourada que estão sendo procuradas pela justiça. 

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