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Grécia não consegue pagar dívida, diz Strauss-Kahn

Governos não resolveram o problema e eles apenas adiaram tudo, por isso a bola de neve cresce", afirmou o ex-chefe do FMI

Strauss-Kahn renunciou ao cargo de diretor-gerente do FMI em maio, após o escândalo provocado pela denúncia de agressão sexual  (David Karp/AFP)

Strauss-Kahn renunciou ao cargo de diretor-gerente do FMI em maio, após o escândalo provocado pela denúncia de agressão sexual (David Karp/AFP)

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Da Redação

Publicado em 18 de setembro de 2011 às 17h52.

Paris - O ex-diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, disse hoje que a Grécia é incapaz de pagar sua dívida e que os credores terão que se conformar com perdas no débito que possuem.

"A Grécia ficou mais pobre, nós podemos dizer que os gregos conseguirão pagar por si próprios, mas eles não conseguem", disse Strauss Kahn em entrevista ao canal TF1 da televisão francesa. "Existe uma perda e ela precisa ser absorvida por governos e bancos", disse.

"Os governos não resolveram o problema e eles apenas adiaram tudo, por isso a bola de neve cresce", afirmou o ex-chefe do FMI, em seus primeiros comentários após ter renunciado ao cargo.

Strauss-Kahn fez as declarações no momento em que os governos da zona do euro aumentam a pressão sobre o governo grego para que Atenas tome medidas mais decisivas para cumprir metas fiscais, após meses de visitas dos inspetores internacionais à Grécia terem sido interrompidas abruptamente no começo deste mês, quando parecia que o país ultrapassaria o déficit do orçamento para este ano.

Analistas e agências de rating, como a Moody's, disseram recentemente que a dívida do governo grego é insustentável e que a probabilidade de um corte - uma redução no principal da dívida detida pelos credores - para os bônus da Grécia está aumentando. Governos europeus e funcionários do Banco Central Europeu (BCE) têm descartado essa possibilidade.

Em outros comentários, Strauss-Kahn lamentou o incidente que ocorreu em quarto do Sofitel de Nova York em maio, quando ele foi acusado de tentar estuprar uma camareira. Ele afirmou que o incidente não envolveu nenhuma violência e nem nada ilegal, embora tenha reconhecido que foi um "deslize moral".

Strauss-Kahn foi inocentado de todas as acusações no final de agosto, após ter deixado seu cargo no FMI. Strauss-Kahn disse que não participará das eleições presidenciais francesas em 2012, o que era sua intenção antes do incidente em Nova York. "Eu perdi meu encontro com o povo francês", ele disse. As informações são da Dow Jones. (André Lachini)

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