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Grécia investiga falhas que permitiram atentado contra ex-premiê

Lucas Papademos ficou ferido após a explosão de uma carta-bomba quando estava em um carro no centro de Atenas

Explosão: o ex-premiê sofreu "queimaduras no rosto e no torso" (Costas Baltas/Reuters)

Explosão: o ex-premiê sofreu "queimaduras no rosto e no torso" (Costas Baltas/Reuters)

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AFP

Publicado em 26 de maio de 2017 às 08h48.

A polícia grega tentava compreender nesta sexta-feira como a carta-bomba que feriu levemente o ex-premier e ex-presidente do Banco Central da Grécia Lucas Papademos passou pelo controle de segurança, com indício de ataque de um grupo anarquista.

A investigação, liderada pela unidade antiterrorista grega, se concentra no que a carta continha exatamente, explosivo ou pólvora de petardos, "e se os procedimentos de segurança foram respeitados", disse à AFP uma fonte policial.

Papademos ficou ferido na quinta-feira na explosão da carta quando estava em um carro em uma rua movimentada do centro de Atenas.

Nesta sexta-feira, Papademos, que também foi vice-presidente do Banco Central Europeu, permanecia hospitalizado de maneira preventiva por "queimaduras no rosto e no torso", informou a fonte.

A correspondência de Papademos, assim como a das demais autoridades políticas e econômicos, deve ser controlada pelo serviço de segurança, ainda mais depois que ataques similares foram atribuídos ao movimento extremista anarquista local contra dirigentes que são apontados como o símbolo da política de austeridade imposta ao país há sete anos.

Sem uma reivindicação até o momento, a polícia teme outros envios de cartas-bomba e reforçou os controles de correspondência.

Papademos, 69 anos, comandou o governo de coalizão formado entre 2011 e 2012, no maior momento de resistência do país à austeridade imposta pela União Europeia (UE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI), depois de ter liderado a adoção do euro pela Grécia à frente do Banco Central, instituição que presidiu entre 1994 e 2002.

Dois seguranças ficaram levemente feridos na explosão.

O atentado tem semelhanças com o envio, em março pelo grupo anarquista grego Conspiração das Células de Fogo, de uma carta-bomba que feriu um secretário no escritório do FMI em Paris.

Antes, a organização havia reivindicado a elaboração de um explosivo que a polícia interceptou no escritório do ministro das Finanças da Alemanha, Wolfgang Schaüble.

O grupo, que Washington considera como uma organização terrorista, enviou cartas-bomba a embaixadas estrangeiras na Grécia e a líderes europeus em 2010.

A Conspiração das Células de Fogo pertence a um movimento anarquista ativo na Grécia e denuncia o capitalismo, o consumismo e o que considera a repressão policial e a exploração dos trabalhadores.

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