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Da Redação
Publicado em 11 de junho de 2013 às 18h59.
Atenas - A Grécia anunciou inesperadamente o fechamento de suas emissoras estatais de rádio e televisão nesta terça-feira, uma das medidas mais drásticas já tomadas em sua luta para fortalecer as finanças públicas falidas e cumprir com os termos de um resgate financeiro internacional.
A decisão de tirar a ERT do ar à meia-noite e demitir cerca de 2.600 funcionários desencadeou uma onda de protestos de sindicatos e parceiros da coalizão governista. Alguns dos canais da emissora saíram do ar antes mesmo do prazo.
"Em um momento em que o povo grego está sofrendo sacrifícios duradouros, não há espaço para atraso, hesitação ou tolerância para vacas sagradas", disse o porta-voz Simos Kedikoglou no que era, quase que certamente, o último comunicado do governo televisionado pela ERT.
Os três canais de televisão nacionais, juntamente com as emissoras de rádio regional, nacional e internacional, custam 300 milhões de euros à Grécia por ano, e Kedikoglou disse que a empresa havia se tornado um "caso típico de ... incrível desperdício".
Milhares se reuniram em frente à sede da ERT após o anúncio, prometendo lutar contra a decisão, e a polícia antichoque bloqueou a entrada de um estúdio no centro de Atenas, onde manifestantes exibiam uma faixa com os dizeres: "Abaixo à junta, a ERT não vai fechar".
"Hoje é terça-feira, 11 de junho, e é um dia difícil", disse a apresentadora Elli Stai no estúdio, enquanto uma multidão de trabalhadores cantava e batia palmas no lado de fora.
"Vamos transmitir o que parece ser o nosso último boletim de notícias com a compostura, a consistência e o profissionalismo com que estamos acostumados." Emissoras de televisão privadas tiraram sua programação do ar por seis horas em uma demonstração de solidariedade, substituindo-a com publicidade e reprises. Nenhuma delas transmitiu o noticiário tradicional das 20h.
O anúncio ocorreu após o vergonhoso fracasso na segunda-feira de encontrar um comprador para a empresa de gás Depa como parte de uma ampla liquidação do patrimônio do Estado, deixando a Grécia sem dinheiro para cumprir com as suas metas do programa de resgate.