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Grécia e Espanha em greve; prazo do BCE se aproxima

Protestos destacam a resistência a medidas de austeridade em toda a Europa

Manifestantes erguem as mãos em frente ao Parlamento grego durante uma greve contra as medidas de austeridade do goevrno em Atenas (Reuters)

Manifestantes erguem as mãos em frente ao Parlamento grego durante uma greve contra as medidas de austeridade do goevrno em Atenas (Reuters)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 04h10.

Atenas e Frankfurt - Greves na Grécia e na Espanha destacavam a resistência a medidas de austeridade em toda a Europa, enquanto o euro e as bolsas caíam com a proximidade do prazo final para os bancos pagarem de volta a enorme injeção de dinheiro pelo Banco Central Europeu (BCE).

A quinta greve organizada neste ano por sindicatos gregos interrompeu os serviços de turismo e transporte público no país em protesto contra os planejados cortes na aposentadoria, e os trabalhadores espanhóis fecharam o metrô de Madri, enfurecidos com o corte de 5 por cento nos salários do setor público.

O prêmio de risco dos bônus governamentais do sul da Europa sobre os bônus referenciais alemães aumentou e o custo de garantir sua dívida contra a moratória subiu, com os investidores ajustando-os às repercussões da crise de dívida grega no sistema financeiro no final do trimestre, um ponto de estresse tradicional.

Autoridades da zona do euro procuraram tranquilizar os mercados sobre o prazo de quinta-feira para os bancos pagarem de volta a injeção de liquidez recorde de 442 bilhões de euros.

A ministra da Economia espanhola, Elena Salgado, disse esperar que o BCE esteja ciente da situação de desgaste dos bancos da Espanha, alguns banidos dos empréstimos interbancários devido a preocupações sobre dívidas e finanças públicas ruins.

"Espero que nesta ocasião o BCE esteja ciente das necessidades do nosso sistema financeiro", disse Salgado a uma rádio espanhola.


O prazo de quinta-feira coincide com a data automática para que alguns fundos excluam bônus gregos de seu portfólio após serem rebaixados ao nível especulativo ("junk") pela agência de classificação de risco Standard & Poor's em junho.

O membro do Conselho Executivo do BCE, Ewald Nowotny, disse que o banco central está comprometido em oferecer liquidez extra para garantir que não haja aperto de liquidez.

O BCE disse que fornecerá liquidez ilimitada por três meses à sua taxa básica de 1 por cento até o final do ano, suspendendo efetivamente a estratégia de retirar seu auxílio à economia.

Fúria Espanhola?
Bancos espanhóis, portugueses e gregos se tornaram desproporcionalmente dependentes de fundos do BCE. Eles têm dificuldade em conseguir financiamento devido a preocupações sobre sua exposição às dívidas soberana e privada de seus países.

De acordo com uma reportagem do Financial Times, os bancos da Espanha estão furiosos porque o esquema de 12 meses do BCE não seria renovado e querem que o banco ofereça mais empréstimos de longo prazo. 


A saúde do setor bancário espanhol é uma preocupação para os investidores internacionais desde que uma bolha imobiliária estourou há uma década, gerando a pior recessão em cinquenta anos.

Embora a Grécia tenha recebido um resgate de 110 bilhões de euros da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional (FMI) em troca de profundas medidas de austeridade para reduzir seu enorme déficit, Espanha e Portugal estão implementando cortes orçamentários mais leves para evitar recorrer à rede de segurança financeira de 750 bilhões de euros.

Preocupações com a oferta de liquidez ajudaram o euro a cair à mínima histórica ante o franco suíço e ao menor valor em um ano e meio contra a libra.

As ações europeias recuaram ao menor nível em quase três semanas, com o principal índice das bolsas do continente caindo 2,19 por cento.

Os investidores temem que a combinação de medidas de austeridade coordenadas na Europa e dívidas de bancos não-resolvidas descarrilem a recuperação econômica.

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