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Grécia e zona do euro retomam diálogo mínimo

"Estou certo de que juntos vamos encontrar uma solução viável para curar as feridas da austeridade", disse o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras

Tsipras: essa é primeira cúpula de chefes de Estado e de governo da UE da qual premiê participa (Stephanie Lecocq/Pool/Reuters)

Tsipras: essa é primeira cúpula de chefes de Estado e de governo da UE da qual premiê participa (Stephanie Lecocq/Pool/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 12 de fevereiro de 2015 às 19h04.

A Grécia e seus parceiros da zona do euro retomaram o diálogo nesta quinta-feira após a frustrante reunião da véspera, que terminou com divergências.

"Estou certo de que juntos vamos encontrar uma solução viável para curar as feridas da austeridade", disse o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, ao chegar à cúpula.

Essa é a primeira cúpula de chefes de Estado e de governo da UE da qual Tsipras participa.

Nesse encontro, que reúne presidentes e chefes de governo dos 28 países da UE, o primeiro-ministro grego tentará persuadir esses dirigentes da necessidade de substituir o atual programa de austeridade.

"A Europa está sempre orientada para o compromisso, os compromissos que são feitos se são convêm a todos, e a Alemanha está pronta", disse a chanceler alemã, Angela Merkel, ao chegar na reunião.

Merkel lembrou que Atenas pede para ser liberada do programa de reformas pactuado com seus credores, a Comissão Europeia, o Banco Central Europeu e o Fundo Monetário Internacional, ressaltando que "a credibilidade europeia se baseia no respeito às regras".

Acordo mínimo

Na segunda-feira, os ministros da Economia devem voltar a se reunir. Para que a nova rodada de negociações não fracasse, Tsipras e o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, concordaram em "pedir às instituições [seus credores públicos] que comecem o trabalho técnico com as autoridades gregas", afirmou a porta-voz do chefe do Eurogrupo.

Segundo a porta-voz, a tentativa será buscar uma "base comum" entre o atual programa de resgate grego e as propostas de Atenas.

Este programa de austeridade, que termina no final de fevereiro, foi imposto à Grécia em troca dos dois resgates da UE e do Fundo Monetário Internacional (FMI) desde 2010.

Por ele, Atenas recebeu cerca de 240 bilhões de euros.

Não é só Berlim que se opõe a uma substituição do atual programa de reformas por um mais flexível. A Finlândia, que emprestou à Grécia cerca de 2,7 bilhões de euros, demonstra intransigência em relação a Atenas.

"Estamos ficando sem paciência. A Grécia deve manter seus compromissos", disse o primeiro-ministro finlandês, Alex Stubb, que enfrenta eleições legislativas em abril.

A Espanha também se opõe a qualquer mudança nas regras para a Grécia.

Apesar de Madri ter emprestado 26 bilhões de euros a Atenas o motivo não é unicamente financeiro: no ano eleitoral, o governo conservador de Mariano Rajoy vê como uma verdadeira ameaça o avanço nas pesquisa da formação de esquerda Podemos, grande aliado do Syriza.

Divergência total

Na quarta-feira à noite, o ministro da Economia grego, Yanis Varoufakis, não obteve o aval de seus sócios do Eurogrupo às propostas do novo governo de Atenas.

Durante a reunião não se conseguiu nem estabelecer um cronograma de trabalho, com os temas a serem discutidos.

Ainda mais insólito foi o fato de os 19 membros da zona do euro não publicarem uma declaração conjunta, que segundo teria sido bloqueada de última hora por Tsipras após uma conversa telefônica com seu ministro da Economia.

O Eurogrupo quer que Atenas prorrogue o programa e implemente as reformas pactuadas, antes de começar a estudar soluções para reduzir sua dívida, que equivale a 175% de seu PIB.

Esse programa, que permitiu a Atenas receber dois resgates desde 2010 em troca da execução de drásticas medidas de austeridade, foi rejeitado pelo novo governo de esquerda.

Atenas se opõe a pedir uma extensão de seu programa e quer que seja criado um "programa ponte".

A proposta é que sejam cumpridos 70% das reformas já acordadas com os credores e que os 30% restantes sejam substituídos por uma série de reformas elaboradas com a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE).

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