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Grécia define governo de coalizão para tentar evitar quebra

Evangelos Venizelos foi mantido como ministro das Finanças; ultradireita fará parte do governo

Papademos, 64 anos, foi vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE) entre 2002 e 2010 (Aris Messinis/AFP)

Papademos, 64 anos, foi vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE) entre 2002 e 2010 (Aris Messinis/AFP)

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Da Redação

Publicado em 11 de novembro de 2011 às 16h57.

Atenas - O governo de coalizão grego de Lucas Papademos prestou juramento na tarde desta sexta-feira na presidência, segundo imagens exibidas ao vivo pelo canal público de televisão NET.

O governo de unidade nacional, anunciado na quinta-feira, tem ministros de ultradireita pela primeira vez desde o retorno da democracia após a ditadura militar, em 1974.

Papademos, 64 anos, foi vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE) entre 2002 e 2010.

O socialista Evangelos Venizelos seguirá à frente do ministério das Finanças, enquanto o ex-comissário europeu Stavros Dimas, um liberal, será o chanceler do novo governo de unidade nacional.

Venizelos, 54 anos, teve um papel chave nos últimos meses em pleno agravamento da crise da dívida grega. Dimas, 70, é vice-presidente do Nova Democracia, partido que aceitou participar em um gabinete de coalizão para salvar a Grécia, à beira da falência.

Venizelos colaborará decisivamente para o balanço do orçamento de 2012 e assegurará até 15 de dezembro o pagamento de um lote de 8 bilhões de euros de ajuda da UE e do FMI previsto no primeiro plano de resgate do país.

Makis Voridis foi nomeado ministro dos Transportes e Adonis Georgiadis secretário de Estado de Desenvolvimento e da Marinha Mercante. Ambos pertencem ao partido de ultradireita LAOS, que integra o governo de unidade nacional ao lado de socialistas e liberais.

O novo gabinete conta com uma maioria tripartidária de 254 deputados, de um total de 300 deputados no Parlamento unicameral.

Papademos, que reuniu seu primeiro conselho de ministros na sexta-feira à tarde, fará um discurso inaugural na segunda-feira no Parlamento.

Até o momento, ele se comprometeu a "fazer todo o possível para afrontar os problemas do país", após toda a turbulência trazida pela gestão de Georges Papandreou, seu antecessor no cargo.


Após dois anos de firme oposição, a direita passa agora a apoiar a política de rigor aplicada pelo anterior executivo socialista.

Uma das questões ainda não resolvidas é sobre a duração do novo governo. O acordo entre Papandreou e Samaras, presidente da Nova Democracia, prevê a ida às urnas "imediatamente após a aplicação" do novo plano de resgate do país, mas não se sabe quando elas acontecerão de fato.

Outra incógnita é a coesão e a eficácia de uma equipe que aumentou em 47 membros, entre eles nove ministros adjuntos e 21 secretários de Estado. Haverá quatro dirigentes de extrema direita, pela primeira vez desde a queda da ditadura dos coronéis em 1974.

Os ministérios da Educação e Saúde, chaves em um país em plena reforma estrutural, seguem em mãos de seus titulares anteriores. Ao todo, doze ministros da equipe de Papandreou conservaram seu posto e apenas dois saíram.

O partido comunista, terceira formação parlamentar, e a esquerda radical (SYRIZA), mantiveram sua oposição, formando uma aliança contrária às medidas de austeridade.

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