Campo de refugiados na Turquia: a fronteira greco-turca se tornou a maior porta de entrada ao território da União Europeia (UE) (Adem Altan/AFP)
Da Redação
Publicado em 17 de dezembro de 2012 às 12h28.
Atenas - A Grécia finalizou a construção de uma cerca metálica junto à fronteira com a Turquia para tentar frear o grande fluxo de imigrantes ilegais registrado atualmente na região, informaram os jornais gregos nesta segunda-feira.
"Após os esforços de nossa companhia - a Dagres SA, concessionária do projeto -, conseguimos finalizar a construção com grandes resultados", afirmou o presidente da empresa construtora, Petros Dagrés, em entrevista à agência pública de notícias "AMNA".
A cerca, de quatro metros de altura e reforçada com arame farpado, se estende ao longo de 10,3 quilômetros.
A fronteira greco-turca, de mais de 200 quilômetros de extensão, está separada em sua maior parte pelo Rio Evros (ou Maritsa em turco e búlgaro). No entanto, existe uma faixa terrestre de 12,5 quilômetros em que não há nenhuma separação física natural, o mesmo local onde, precisamente, a cerca foi construída.
A construção desta grade se prolongou durante um ano e teve um custo estimado em 3 milhões de euros.
A partir de 2008, quando Espanha e Itália assinaram acordos de luta contra a imigração irregular com seus vizinhos do norte da África, as rotas migratórias em direção a Europa se modificaram drasticamente, fato que transformou a fronteira greco-turca na maior porta de entrada ao território da União Europeia (UE).
Em 2010, a fronteira do Rio Evros foi palco de um grande número de entradas ilegais e, por isso, as autoridades decidiram desdobrar uma equipe da agência europeia Frontex. Já em 2011, mais de 57 mil imigrantes ilegais foram detidos nesse ponto.
No entanto, com o anúncio da construção da cerca, além da missão da Frontex e dos reforços policiais enviados pelo governo heleno, os imigrantes passaram a adotar uma rota marítima entre o território turco e as ilhas gregas do Egeu.
No último sábado, por exemplo, uma balsa naufragou na costa da ilha de Lesbos com 28 imigrantes a bordo, sendo que apenas um conseguiu ser resgatado com vida.
"Até o momento, recuperamos 21 cadáveres. E já não temos muitas esperanças de resgatar mais alguém com vida", indicou hoje à Agência Efe uma fonte da guarda litorânea grega.