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Da Redação
Publicado em 2 de junho de 2010 às 18h21.
Atenas - O governo grego anunciou que planeja realizar nos próximos três anos uma série de privatizações nas áreas de transportes, correios e águas para arrecadar para os cofres públicos em torno de 1 bilhão de euros (1,22 bilhão de dólares) anuais.
"A decisão do governo é acelerar os procedimentos de privatizações desses setores para beneficiar o Estado", afirmou o ministro das Finanças, George Papaconstantinou, em coletiva de imprensa.
O governo quer vender "muito em breve" 49% da Trainose, a filial de transportes do grupo ferroviário estatal OSE, 10% de sua empresa de águas de Atenas (Eydap) e 23% da empresa de águas de Salônica, norte do país, assim como 39% do correio grego (Elta), informou Papacontantinou.
A OSE, controlada 100% pelo Estado, "registra perdas de 1 bilhão de euros anuais e sua dívida chega a 10 bilhões de euros", afirmou o ministro.
"A gerência da Trainose será concedida a um investidor privado", completou.
Quanto à empresa pública de eletricidade (DEI), o Estado vai conservar 51% de sua participação e tomará "iniciativas institucionais para abrir (o capital) a acionistas minoritários e majoritários".
O governo prevê também a privatização total dos cassinos, além de prorrogar o contrato de concessão dos direitos do aeroporto internacional de Atenas (administrado desde 2001 pelo grupo alemão Hochtief) e a concessão dos direitos para os aeroportos regionais.
Quanto aos portos, cuja maior parte é controlada pelo Estado (74% no caso dos grandes portos de Pireo e Salônica e 100% dos portos regionais), o governo prevê o "desenvolvimento dos serviços portuários em colaboração com sócios estratégicos, assim como seu ingresso na bolsa" de até 49% do capital.
A empresa imobiliária do Estado e a dos estádios olímpicos, que na maioria não são utilizados desde os jogos de Atenas em 2004, serão unificadas em uma só companhia.
O anúncio de realizar uma série de privatizações "é um chamado aos investidores da Grécia e do exterior", explicou o ministro, que não divulgou um calendário preciso para implementar o programa.
Os benefícios previstos por este programa "ficarão em torno de 1 bilhão de euros por ano até 2013", ou 1,22 bilhão de dólares, conforme o memorando assinado em maio por Grécia, União Europeia e Fundo Monetário Internacional (FMI) para sanar as finanças públicas, afirmou o ministro.