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Grécia aguarda eleições cruciais para seu futuro na UE

Pesquisas preveem uma vitória dos conservadores da Nova Democracia (ND), mas sem suficientes cadeiras para governar sozinho

Pesquisas preveem a entrada de sete a dez partidos políticos no Parlamento grego (Yannis Behrakis/Reuters)

Pesquisas preveem a entrada de sete a dez partidos políticos no Parlamento grego (Yannis Behrakis/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 17 de junho de 2012 às 09h51.

Atenas - As urnas da Grécia abrirão neste domingo a cerca de 9,8 milhões de cidadãos, que esperam para participar de eleições cruciais para o futuro político-econômico do país e para a relação de Atenas com a União Europeia (UE).

As pesquisas preveem uma vitória dos conservadores da Nova Democracia (ND), mas sem suficientes cadeiras para governar sozinho.

Em seguida, as estimativas situam os social-democratas do Movimento Socialista Pan-Helênico (Pasok), que sofreriam um baque em relação às últimas eleições - de outubro de 2009 -, quando tiraram a Nova Democracia do poder.

Os dois partidos, que formaram durante cinco meses um governo de coalizão para aprovar o segundo resgate financeiro europeu à Grécia, são os únicos que, em princípio, apoiam o memorando assinado com a UE, que contém as medidas de austeridade em troca de um empréstimo de 130 bilhões de euros para satisfazer sua avultada dívida soberana.

Mesmo assim, durante a campanha, o líder da ND, Antonis Samaras, prometeu 'mudar tudo' e se concentrar no crescimento econômico, além de elevar benefícios sociais e reduzir impostos, que o atual governo aumentou a níveis quase intoleráveis para a classe média grega.

'Um futuro governo na Grécia deve manter os compromissos adquiridos', advertia na sexta-feira o ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, após avisar que, se não o fizer, o país 'terá de assumir as consequências'. 'Ser membro da UE é algo voluntário', acrescentou, em uma ameaça velada sobre uma eventual saída grega do bloco.

'Povo da Grécia, tudo está em jogo no domingo: a vida, a segurança e as perspectivas de cada família grega e do país como conjunto', disse o líder do Pasok, Evangelos Venizelos, em seu comício de encerramento de campanha na sexta-feira em Atenas.

'No domingo, decidiremos se permanecemos na Europa e no euro, se permanecemos em um caminho difícil mas seguro, após ter superado grande parte da distância para finalmente sair da crise, ou se embarcamos em uma aventura perigosa que nos fará retroceder várias décadas e nos levará à quebra', afirmou.


Em relação ao memorando da UE, Venizelos apenas pediu a ampliação dos prazos para suavizar os efeitos das novas medidas de austeridade que o novo Executivo se verá obrigado a tomar: redução extra de 11,5 bilhões de euros em gastos públicos até 2015 e demissão de 150 mil servidores públicos, também até 2015.

Dado que a ND provavelmente não contará com cadeiras parlamentares suficientes para uma maioria governista, a alternativa mais factível seria uma nova coalizão com os social-democratas, embora Samaras já tenha avisado que não quer fazê-lo, o que acrescenta incerteza ao pleito.

Em seu último comício eleitoral, Samaras acusou os 'grupos de pressão' - sem mencionar explicitamente quais, mas provavelmente se referindo à UE - de tentarem forçar a Nova Democracia a governar junto com o Pasok.

'Não, obrigado. Seria um governo pouco confiável, que não poderia fazer frente às chantagens, e o povo grego não precisa de um governo assim. Queremos governar sozinho', exclamou o candidato.

As demais legendas políticas, da extrema-direita neonazista à extrema-esquerda, fizeram campanha com críticas às medidas de austeridade, rechaçadas pela maioria dos gregos, que as consideram imposições da Alemanha.

'Apoiamos a Europa de Bruxelas, e não a Europa de Berlim', declarou em seu comício final o líder do partido ultradireitista Alerta Popular Ortodoxo (LAOS), Georgios Karatzaferis, quem propôs uma aliança dos países do sul da Europa contra a chanceler alemã, Angela Merkel.

As pesquisas preveem a entrada de sete a dez partidos políticos no Parlamento grego.

Segundo o Ministério do Interior, os primeiros resultados confiáveis serão divulgados por volta das 23h locais (17h de Brasília), mas a distribuição de cadeiras pode se complicar, já que vários partidos têm apoio estimado em cerca de 3%, nível mínimo exigido para entrar no Parlamento. 

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