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Graziano: países pobres não conseguirão reduzir a fome até 2015

Em 2000, os países membros das Nações Unidas fixaram a meta de reduzir pela metade a proporção das pessoas que passam fome

José Graziano da Silva: "o que faz falta são duas coisas: recursos e cooperação internacional para apoiar esses países mais frágeis" (Alessia Pierdomenico/AFP)

José Graziano da Silva: "o que faz falta são duas coisas: recursos e cooperação internacional para apoiar esses países mais frágeis" (Alessia Pierdomenico/AFP)

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Da Redação

Publicado em 1 de julho de 2011 às 09h33.

Roma - O novo diretor-geral da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), o brasileiro José Graziano da Silva, admitiu que muitos países pobres não conseguirão cumprir com as metas fixadas pela ONU para reduzir até 2015 pela metade o número de pessoas que passam fome, em uma entrevista concedida nesta sexta-feira AFP.

Em 2000, os 192 países membros das Nações Unidas fixaram os chamados Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, entre eles o de reduzir pela metade, entre 1990 e 2015, a proporção de pessoas que padecem com a fome, calculada em cerca de 400 milhões de pessoas.

"A Meta do Milênio estabelecia reduzir pela metade o número de pessoas com fome. Ainda assim, creio que muitos países pobres não poderão fazê-lo, principalmente os países pobres menores, onde muitas vezes as necessidades e urgências são maiores", afirmou, em uma das primeiras entrevistas concedidas à imprensa.

"O que faz falta são duas coisas: recursos e cooperação internacional para apoiar esses países mais frágeis, porque eles não podem alcançar os objetivos por conta própria", explicou.

"Para a erradicação da fome não é preciso inventar a roda. Não é algo como uma central atômica, que precisa de grandes inovações tecnológicas. São programas conhecidos, como aumentar a produtividade da agricultura familiar, desenvolver os mercados locais de alimentos, porque é aí que se produz a segurança alimentar", acrescentou.

O novo diretor-geral da FAO - que assumirá o cargo em 1º de janeiro de 2012 e permanecerá na função até julho de 2015 - é o primeiro latino-americano a ocupar essa posição desde que a organização foi fundada em 1945.

Na disputa pelo cargo, o brasileiro, que obteve 92 votos contra 88 do ex-chanceler espanhol Miguel Angel Moratinos, recebeu o apoio da América Latina e dos chamados "países não-alinhados" do G-77, entre eles, boa parte da África e Indonésia.

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