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Grand Canyon está cheio de mercúrio e selênio, alerta estudo

Pesquisadores encontram níveis de mercúrio e selênio que excedem os limites de toxicidade para vida selvagem no parque nacional americano


	Grande Canyon: altos níveis de selênio e mercúrio afeta reprodução e crescimento dos animais selvagens
 (Getty Images)

Grande Canyon: altos níveis de selênio e mercúrio afeta reprodução e crescimento dos animais selvagens (Getty Images)

Vanessa Barbosa

Vanessa Barbosa

Publicado em 31 de agosto de 2015 às 14h40.

São Paulo - É difícil de acreditar, mas mesmo os ecossistemas remotos podem ser vítimas de contaminantes químicos tóxicos. O Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS) publicou um estudo que revela concentrações surpreendentes de mercúrio e selênio nas cadeias alimentares ao longo do Rio Colorado no Grand Canyon, uma das sete maravilhas naturais do mundo. 

Segundo a pesquisa, veiculada no periódico científico Environmental Toxicology and Chemistry, a presença destes elementos ultrapassa os limites de risco para peixes, invertebrados e outros animais selvagens. Ou seja, as concentrações de toxinas já podem ser prejudiciais se ingeridas. 

A exposição a altos níveis de selênio e mercúrio, de acordo com o estudo, tem sido associada a um menor sucesso reprodutivo, crescimento e sobrevivência de peixes e animais selvagens.

"Gerenciar os riscos de exposição no Grand Canyon vai ser um desafio, porque as fontes e os mecanismos de transporte de mercúrio e selênio estendem-se muito além das fronteiras do Grand Canyon", disse Dr. David Walters, pesquisador do USGS e principal autor da pesquisa.

Muito além mesmo. Para se ter uma ideia, a pesquisa indica que a entrada de mercúrio no Grand Canyon ocorre por via aérea, ao passo que outros contaminantes entram por via fluvial.

Este é o caso do selênio. Conforme o estudo, a irrigação de solos ricos em selênio na bacia do rio Colorado em áreas distantes contribuiria para a contaminação das águas dentro do parque americano.

A pesquisa esclarece que ainda não foram observados riscos para os humanos que venham a consumir peixes do local. No entanto, estudos adicionais e mais específicos estão planejados para investigar os riscos de exposição humana.

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