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Grã-Bretanha acusa Rússia e China de abandonar o povo sírio

Ministro das Relações Exteriores declarou em comunicado que o veto só incentivará o regime brutal na Síria

O ministro britânico das Relações Exteriores, William Hague (Ben Stansall/AFP)

O ministro britânico das Relações Exteriores, William Hague (Ben Stansall/AFP)

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Da Redação

Publicado em 5 de fevereiro de 2012 às 17h37.

São Paulo - O ministro das Relações Exteriores britânico, William Hague, acusou neste sábado a Rússia e a China de terem "abandonado" o povo sírio, ao vetar no Conselho de Segurança da ONU um projeto de resolução que condena a repressão sangrenta na Síria.

"Com sua atitude, abandonam o povo sírio e só incentivam o regime brutal do presidente (Bashar) al Assad a cometer ainda mais matanças, como aconteceu em Homs nestas últimas 24 horas", declarou o ministro, em um comunicado.

"Rússia e China tinham hoje uma opção simples: apoiar ou não o povo sírio e a Liga Árabe. Decidiram não fazê-lo e se colocar do lado do regime sírio e de sua repressão brutal", lamentou.

"O projeto de resolução, apresentado pelo Marrocos, apoiava os esforços da Liga Árabe para resolver a crise na Síria e pedia o fim imediato da violência (...) Não impunha sanções, como tampouco autorizava uma ação militar", acrescentou o ministro, avaliando que não havia "nada no projeto para justificar" um veto.

"Mais de 2.000 pessoas morreram desde que Rússia e China vetaram o último projeto de resolução, em outubro de 2011. Mais de 6.000 pessoas morreram desde que começaram os protestos (em março de 2011). Muitas outras foram torturadas e detidas", acrescentou.

"Quantos mortos mais haverá antes que Rússia e China autorizem o Conselho de Segurança da ONU a agir? Os que se opõem a uma ação do Conselho de Segurança deverão prestar contas à população síria", afirmou William Hague.

Segundo a oposição síria, mais de 230 civis, entre eles dezenas de mulheres e crianças, morreram em bombardeios do exército sírio em Homs na noite de sexta-feira e na madrugada de sábado, o episódio mais mortal desde o início da revolta popular, em março de 2011.

Damasco desmentiu ter bombardeado Homs e acusou a oposição de ter incitado "grupos terroristas" a atacar a cidade para influenciar o voto da ONU.

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