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Governo vai ampliar acessibilidade para a Rio+20

Segundo a organização, o trabalho de garantir acessibilidade é voltado para a conferência em si e para a cidade do Rio

Estão sendo contratadas pessoas com deficiência para assessorar os organizadores (Bia Parreiras/EXAME)

Estão sendo contratadas pessoas com deficiência para assessorar os organizadores (Bia Parreiras/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 15 de março de 2012 às 08h16.

Rio de Janeiro - A acessibilidade em todas as áreas da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, é uma preocupação do governo federal, compartilhada pelos governos do estado e do município do Rio, disse o secretário nacional do Comitê Nacional de Organização da Rio+20, Laudemar Aguiar. A conferência da ONU ocorrerá em junho próximo, na capital fluminense.

A meta é tornar a Rio+20 o mais acessível possível. "Porque, se a ideia da presidenta Dilma Rousseff e das Nações Unidas é que a conferência seja participativa e inclusiva, você não pode excluir cerca de 40 milhões de brasileiros que têm algum tipo de deficiência”, disse Aguiar.

Ele explicou que o trabalho de garantir acessibilidade é voltado para a conferência em si e para a cidade do Rio. A iniciativa tem duas vertentes e abrange tanto as pessoas credenciadas para a agenda oficial, quanto as que não estão credenciadas, mas poderão participar dos eventos paralelos que serão realizados em áreas da Barra da Tijuca, no Parque do Flamengo, no Píer Mauá e na Quinta da Boa Vista.

A primeira vertente diz respeito aos equipamentos físicos e digitais. “Nós estamos criando um novo patamar de acessibilidade para as conferências da ONU na Rio+20”, garantiu o secretário. Ele está consciente de que não há tempo hábil nem meios para fazer com que a conferência e a cidade sejam totalmente acessíveis. “Mas a ideia é criar um caminho”.

A segunda vertente consiste em garantir acessibilidade na própria organização do evento. Para isso, estão sendo contratadas pessoas com deficiência para assessorar os organizadores, de maneira que o trabalho seja feito da forma correta. “E contratar pessoas com deficiência também para mostrar que elas podem produzir e contribuir”.

O secretário acredita que em pouco tempo a acessibilidade será compreendida pela população em geral e fará parte do dia a dia das pessoas. "Significa cumprir o que é regulado por lei no Brasil", disse à Agência Brasil o coordenador de Relações com a Sociedade Civil da Rio+20, João André Rocha. Ele destacou que a acessibilidade é um dos pilares do desenvolvimento sustentável.

Além do trabalho para criar acessibilidade física, há preocupação em relação à acessibilidade de conteúdo nos documentos oficiais da conferência, como recursos em braille (sistema de leitura para cegos), em closed caption (legenda oculta) e em audiodescrição (solução de acessibilidade destinada a pessoas com deficiência visual, podendo ser realizada ao vivo ou gravada), por exemplo.


“Isso tem sido um desafio para o comitê, porque embora a acessibilidade no Brasil seja assegurada por lei, não é no bojo da conferência que a gente vai conseguir transformar tudo em acessível”, ressaltou Rocha.

Laudemar Aguiar lembrou que o metrô do Rio tem piso tátil e é o único do país cem por cento acessível. “É uma vantagem que temos”. Ele disse que a acessibilidade deve ser vista também como um fator de mobilidade urbana inclusiva. Mães com carrinhos de bebês ou pessoas idosas vão se beneficiar das melhorias que forem feitas para portadores de deficiência, acrescentou.

“A nossa preocupação é essa. É uma campanha educativa e, ao mesmo tempo, trata-se de dotar a cidade e a conferência de mecanismos mais acessíveis”. O secretário espera que a Rio+20 seja um marco em termos de acessibilidade para as pessoas que vão participar da conferência. Ele quer que as pessoas percebam que atender aos portadores de deficiências não é um trabalho a mais. “É você beneficiar toda a população, é conseguir despertar nova consciência sobre a questão da acessibilidade”.

No entorno do Riocentro, onde serão realizadas as reuniões dos chefes de Estado, as obras de infraestrutura necessárias à acessibilidade só deverão estar prontas para as Olimpíadas de 2016. Para minimizar, contudo, as dificuldades de acesso de pessoas com deficiência, o comitê organizador está pensando em contratar uma companhia de táxis especializada no transporte de deficientes e ônibus com elevador, além de providenciar a adaptação de banheiros nos locais onde ocorrerão a agenda oficial da conferência e os eventos paralelos.

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