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Governo Trump suspende uso de aviões militares em voos de deportação devido ao alto custo

Último voo desse tipo foi realizado em 1º de março, e nenhum outro está programado no momento, confirmaram as autoridades

Agência o Globo
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Publicado em 7 de março de 2025 às 07h02.

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Os Estados Unidos suspenderam o uso de aeronaves militares para a deportação de migrantes, citando altos custos e ineficiências, de acordo com autoridades de defesa, conforme relatado pelo Wall Street Journal. O último voo desse tipo foi realizado em 1º de março, e nenhum outro está programado no momento, confirmaram as autoridades.

Inicialmente implementado como parte das políticas de imigração rígidas do presidente Donald Trump, o uso de voos militares tinha a intenção de enviar uma mensagem forte sobre a repressão do governo às entradas irregulares, como declarou o secretário de Defesa Pete Hegseth:

"A mensagem é clara: se você infringir a lei, se for um criminoso, poderá encontrar seu caminho na Baía de Guantánamo", afirmou Hegseth na semana passada depois de ver os imigrantes chegarem em uma aeronave C-130 da Força Aérea dos EUA durante uma visita à Baía de Guantánamo. "Você não quer estar na Baía de Guantánamo".

Desde que a política entrou em vigor, em janeiro, o governo utilizou aviões militares C-17 e C-130 para cerca de 42 voos de deportação para países como Índia, Guatemala, Equador, Peru, Honduras e Panamá, além da Baía de Guantánamo, onde os EUA mantêm uma base militar há mais de 20 anos. No entanto, esses voos têm sido caros, com três voos de deportação para a Índia custando US$ 3 milhões cada e alguns voos para a Baía de Guantánamo chegando a US$ 20 mil por migrante.

Comparativamente, os voos padrão do Serviço de Imigração e Alfândega dos EUA (ICE, na sigla em inglês) em aeronaves civis custam entre US$ 8.500 e US$ 17 mil por hora de voo, enquanto uma aeronave militar C-17 custa US$ 28.500 por hora, de acordo com o Comando de Transporte dos EUA. Além disso, as restrições à entrada de aeronaves militares americanas no espaço aéreo do México aumentaram ainda mais o tempo e as despesas de viagem.

Alguns países latino-americanos se recusaram a aceitar migrantes deportados por meio de voos militares dos EUA. Em janeiro, o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, negou a entrada de dois voos do C-17, o que levou Trump a ameaçar com tarifas. Embora a Casa Branca tenha anunciado posteriormente que Bogotá havia concordado em aceitar os deportados, nenhuma aeronave militar dos EUA aterrissou no país. Em vez disso, a Colômbia usou seus próprios voos comerciais para transportar os cidadãos deportados.

No mês passado, a Venezuela fez o mesmo. O regime de Nicolás Maduro enviou dois voos comerciais para buscar 190 pessoas, ponto fim a anos de recusas em aceitar cidadãos deportados que haviam entrado de maneira irregular nos EUA.

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