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Governo Trump promete manter ações contra Moraes: 'Continuaremos a tomar as medidas cabíveis'

Declaração foi feita pelo subsecretário de Diplomacia Pública do Departamento de Estado dos EUA nas redes sociais, que também citou o 7 de setembro, Dia da Independência do Brasil

Mateus Omena
Mateus Omena

Repórter

Publicado em 8 de setembro de 2025 às 20h14.

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O subsecretário de Diplomacia Pública do Departamento de Estado dos EUA, Darren Beattie, disse nesta segunda-feira, que o governo norte-americano seguirá adotando "ações apropriadas" contra Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal, e outros "indivíduos cujos abusos de autoridade têm minado" liberdades fundamentais.

A declaração de um dos representantes do governo de Donald Trump foi feita no X, na véspera da retomada do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no STF.

Em sua postagem, Beattie faz referência ao 7 de setembro, data que marca a independência do Brasil. No domingo, tanto a direita bolsonarista quanto a esquerda saíram às ruas, no contexto do julgamento de Jair Bolsonaro e das tarifas de importação impostas pelos Estados Unidos.

"Ontem marcou o 203º Dia da Independência do Brasil. Foi um lembrete do nosso compromisso de apoiar o povo brasileiro que busca preservar os valores da liberdade e da justiça. Em nome do Ministro Alexandre de Moraes e dos indivíduos cujos abusos de autoridade têm minado essas liberdades fundamentais, continuaremos a tomar as medidas cabíveis", escreveu Beattie.

Esta não é a primeira vez que o subsecretário do Departamento de Estado faz críticas sobre o Brasil nas redes sociais. Em agosto, dois dias após Moraes decretar a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro, ele publicou que o ministro "é o principal arquiteto do complexo de censura e perseguição" ao ex-mandatário.

"Os flagrantes abusos de direitos humanos cometidos por Moraes lhe renderam uma sanção Global Magnitsky do Presidente Trump. Os aliados de Moraes na Suprema Corte e em outros lugares são fortemente aconselhados a não auxiliar ou encorajar o comportamento sancionado de Moraes. Estamos monitorando a situação de perto", escreveu Beattie no X.

Lei Magnitsky contra Moraes

Em 30 de julho, o governo dos Estados Unidos sancionou o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, com a Lei Magnitsky, utilizada para punir estrangeiros.

A Lei Magnitsky prevê sanções contra agentes envolvidos em corrupção, cerceamento de liberdades fundamentais e atos contrários a processos eleitorais democráticos.

Essa foi a segunda medida que atingiu diretamente o ministro do STF. Em 18 de julho, o secretário de Estado, Marco Rubio, anunciou em suas redes sociais que Moraes, seus familiares e "seus aliados" na corte estariam proibidos de entrar no país.

A pressão do governo dos Estados Unidos começou a ter efeitos em 9 de julho, quando Trump anunciou tarifas adicionais de 50% ao Brasil, justificando que o ex-presidente Jair Bolsonaro estaria sendo perseguido pelo STF com a colaboração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O governo americano argumentou que Moraes realiza uma "caça às bruxas política" contra Bolsonaro e alega que viola direitos fundamentais não apenas dos brasileiros, mas também dos cidadãos americanos.

A medida foi adotada após o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e outros aliados do ex-presidente terem se deslocado a Washington em busca de sanções contra o ministro.

O que é a Lei Magnitsky?

A Lei Magnitsky é um mecanismo legal dos Estados Unidos, sancionado em 2012 durante a presidência de Barack Obama, que permite a aplicação de sanções econômicas a indivíduos acusados de envolvimento em corrupção ou graves violações de direitos humanos.

A legislação foi inspirada na morte de Sergei Magnitsky, advogado russo que denunciou um esquema de corrupção envolvendo autoridades da Rússia e que faleceu em uma prisão de Moscou em 2009.

Inicialmente voltada para punir os responsáveis pela morte de Magnitsky, a lei passou a abranger, em 2016, qualquer indivíduo ou grupo ligado a práticas de corrupção, ou abuso de direitos humanos, ampliando significativamente seu escopo.

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