Redatora na Exame
Publicado em 22 de janeiro de 2025 às 08h25.
Como parte de um esforço para reduzir a força de trabalho no governo americano, a administração do presidente Donald Trump pediu que as agências federais elaborem listas de funcionários que podem ser demitidos mais facilmente. O pedido foi feito em um memorando enviado por Charles Ezell, diretor interino do Escritório de Gestão de Pessoal dos EUA, na última segunda-feira, 20, aos líderes das agências.
O documento, que pode ser acessado na página da instituição, pede que as agências considerem demitir funcionários que estão empregados há menos de dois anos. Até o dia 24 de janeiro, os gestores precisam avaliar se os empregados em período probatório devem ser mantidos ou não.
Nos Estados Unidos, os trabalhadores em período probatório — menos de um ano para cargos permanentes e menos de dois anos para nomeações em serviços de exceção — podem ser demitidos sem o direito de recorrer ao Conselho de Proteção do Sistema de Mérito, que supervisiona a gestão federal.
Em outro memorando divulgado na segunda-feira, o Escritório de Gestão de Pessoal deu mais detalhes sobre uma outra medida de Trump que suspendeu a contratação de funcionários federais. Ficou definido que todo cargo que estivesse vago no último dia 20 de janeiro não será preenchido. A única exceção será para cidadãos que já haviam recebido uma oferta de emprego do governo para começar até o dia 8 de fevereiro.
Essas primeiras decisões da administração Trump provocaram reações negativas de associações sindicais. O presidente nacional da Federação Americana de Funcionários Públicos, Everett Kelley, disse em nota que "não há justificativa legítima para reduzir o tamanho da força de trabalho federal".
O esforço para reduzir o número de funcionários na administração federal americana é um dos objetivos do novo Departamento de Eficiência Governamental (Doge), criado por Trump na última segunda-feira, 20. O grupo será liderado pelo bilionário Elon Musk, presidente da Tesla, e, segundo a Casa Branca, terá como objetivo "modernizar a tecnologia e o software federais".
"Para restaurar a competência e a eficácia ao nosso governo federal, minha administração estabelecerá o novo Departamento de Eficiência Governamental", disse Trump em seu discurso de posse na segunda-feira.
Especialistas afirmam que o comitê, apesar do nome, não é oficialmente um departamento do governo e possui poder limitado para promover qualquer reestruturação.
Assim que o departamento foi criado, vários sindicatos, grupos de vigilância e organizações processaram o governo, de acordo com informações da Reuters. Entre eles estão o grupo Conselheiros de Segurança Nacional, a Associação Americana de Saúde Pública, a Federação Americana dos Professores e a organização Cidadãos pela Responsabilidade e Ética em Washington.