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Governo Trump ordena Harvard a entregar documentos sobre estudantes estrangeiros

Harvard é uma das universidades que tiveram seu financiamento ameaçado por relatórios da Força-Tarefa Federal de Combate ao Antissemitismo, criada por Trump

Estudar em Harvard: planejamento financeiro é essencial para conquistar esse sonho. (Brian Snyder/Reuters)

Estudar em Harvard: planejamento financeiro é essencial para conquistar esse sonho. (Brian Snyder/Reuters)

EFE
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Agência de Notícias

Publicado em 9 de julho de 2025 às 15h45.

O Departamento de Segurança Nacional dos Estados Unidos (DHS, na sigla em inglês) ordenou nesta quarta-feira que a Universidade de Harvard entregue documentos sobre seus estudantes estrangeiros por meio de uma intimação administrativa, alegando que a instituição se recusou a fazê-lo voluntariamente.

Em uma nova escalada na luta entre o governo de Donald Trump e as universidades, a agência de Imigração e Alfândega (ICE), parte do DHS, exigiu que Harvard entregue documentos "relevantes" para a "aplicação da lei de imigração desde 1º de janeiro de 2020", segundo um comunicado.

"Harvard, como outras universidades, permitiu que estudantes estrangeiros abusassem de seus privilégios de visto e defendessem a violência e o terrorismo no campus", disse a secretária assistente do DHS, Tricia McLaughlin, que afirmou que a universidade "se recusou a cooperar" em solicitações anteriores.

Harvard é uma das universidades que tiveram seu financiamento ameaçado por relatórios da Força-Tarefa Federal de Combate ao Antissemitismo, criada por Trump, na qual é acusada de aplicar políticas de "ação afirmativa" e não acomodar o que o governo descreve como "diversidade de ideias".

O jornal universitário "Harvard Crimson" disse nesta quarta-feira que a universidade forneceu documentação em abril e maio sobre estudantes estrangeiros, mas o governo a considerou insuficiente e, portanto, ordenou a proibição de seus programas de intercâmbio e um veto a estudantes e acadêmicos estrangeiros.

A universidade contestou o veto do governo Trump no tribunal em junho e, no mesmo mês, uma juíza federal bloqueou indefinidamente sua aplicação enquanto o litígio continua.

Um porta-voz de Harvard expressou nesta quarta-feira seu compromisso com a lei, mas chamou as exigências do DHS de "injustificadas" e "retaliatórias" por afirmar sua autonomia diante do "exagero" do governo em relação a "quem as universidades privadas podem admitir e contratar, e o que podem ensinar".

Em abril, Harvard também processou o governo Trump para recuperar seu financiamento federal, do qual cerca de US$ 2 bilhões estão congelados por suposto comportamento antissemita.

O Departamento de Segurança Nacional, em sua declaração nesta quarta-feira, declarou que a intimação administrativa era sua "única opção" para forçar Harvard a entregar os documentos que deseja, e instruiu a outras instituições acadêmicas que "tomem nota das ações de Harvard e das repercussões".

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