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Governo Trump encerra contratos de ajuda humanitária no Oriente Médio para 'conveniência dos EUA'

Cerca de 60 cartas de cancelamento foram emitidas, incluindo do Programa Mundial de Alimentos, principal fornecedor de ajuda alimentar no mundo

Cancelamento de ajuda: programas da Usaid no Oriente Médio são interrompidos (AFP)

Cancelamento de ajuda: programas da Usaid no Oriente Médio são interrompidos (AFP)

Agência o Globo
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Publicado em 7 de abril de 2025 às 15h51.

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O governo do presidente Donald Trump deu um novo passo no desmantelamento da Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional (Usaid) nesta segunda-feira, ao cancelar alguns dos últimos programas humanitários ativos no Oriente Médio, segundo relataram à agência Associated Press (AP) autoridades dos EUA e da ONU, sob condição de anonimato.

Os projetos, que fornecem ajuda vital em regiões com conflitos e crises humanitárias, foram encerrados “para a conveniência do governo dos EUA”. Ainda de acordo com a AP, as diretrizes partiram de Jeremy Lewin, um alto funcionário do Departamento de Eficiência Governamental, nomeado por Elon Musk para supervisionar e terminar o processo de desmonte da Usaid.

Segundo um funcionário da própria Usaid, cerca de 60 cartas de cancelamento foram emitidas na semana passada, incluindo de grandes projetos com o Programa Mundial de Alimentos, principal fornecedor de ajuda alimentar no mundo. Um representante da ONU no Oriente Médio confirmou que o programa recebeu notificações de término de financiamento de programas nos países do Líbano, Jordânia e Síria.

Impacto da interrupção de ajuda humanitária

Parte do financiamento dos EUA para outras áreas críticas – como Iêmen, Somália, Afeganistão e Zimbábue – também foi afetada. Os programas impactados forneciam alimentos, água potável, serviços médicos e abrigos para populações deslocadas por conflitos armados, de acordo com o funcionário da Usaid.

O funcionário da ONU, por sua vez, ressaltou que os grupos mais prejudicados incluem refugiados sírios na Jordânia e no Líbano. Também estão entre os atingidos os programas de suporte a populações vulneráveis no Líbano e projetos de irrigação na Síria, país que ainda lida com os efeitos de uma guerra civil brutal e altos índices de pobreza e fome.

Cancelamento de programas de apoio a mulheres afegãs

No Iêmen, onde se desenrola um dos maiores desastres humanitários do mundo, a ajuda encerrada inclui alimentos que já haviam sido enviados aos centros de distribuição, segundo o representante da ONU.

Outro corte, comunicado na última sexta-feira, cancelou o financiamento de um programa apoiado pelo Congresso, que permitia que jovens mulheres afegãs estudassem no exterior. O programa, administrado pela Texas A&M University, foi interrompido mesmo diante das proibições do Talibã à educação feminina.

Ainda segundo o relato do funcionário da Usaid à AP, os contratos recentemente encerrados estavam entre cerca de 900 programas que o Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, havia comunicado ao Congresso que pretendia manter ativos.

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