Moraes: funcionário do alto escalão do governo Trump afirmou que o ministro ataca a liberdade de expressão (EVARISTO SA/AFP)
Repórter de Brasil e Economia
Publicado em 24 de julho de 2025 às 18h00.
Última atualização em 24 de julho de 2025 às 18h01.
Darren Beattie, subsecretário de Estado do governo dos Estados Unidos, afirmou nesta quinta-feira, 24, que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, é o "coração pulsante" da perseguição contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Em publicação no X, o alto funcionário do governo Trump disse que as ações do ministro brasileiro têm restringido a liberdade de expressão no país norte-americano.
Beattie afirmou ainda que "graças ao presidente Trump e o secretário Marco Rubio", os Estados Unidos estão "atentos e tomando as providências".
A mensagem foi republicada em português pelo perfil da Embaixada dos EUA no Brasil.
O ministro Moraes é o coração pulsante do complexo de perseguição e censura contra Jair Bolsonaro, que, por sua vez, tem restringido a liberdade de expressão nos EUA. Graças à liderança do presidente Trump e do secretário Rubio, estamos atentos e tomando as devidas providências. https://t.co/mqJGSTJ3yn
— Embaixada EUA Brasil (@EmbaixadaEUA) July 24, 2025
A declaração ocorre após o ministro afirmar que Bolsonaro descumpriu a medida cautelar de uso das redes sociais, mas não decretou a prisão do ex-presidente. O ministro reafirmou que Bolsonaro poderá ser preso se voltar a descumprir as medidas determinadas pela Corte.
Essa é a segunda vez que um membro do governo americano direciona ataques a Moraes.
Em 18 de julho, o secretário de Estado, Marco Rubio, anunciou que o ministro, seus familiares e "seus aliados" na corte estariam proibidos de entrar no país.
O deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e outros aliados do ex-presidente estão em Washington em busca de sanções contra Moraes.
A pressão do governo dos Estados Unidos começou a ter efeitos em 9 de julho, quando Trump anunciou tarifas adicionais de 50% ao Brasil, justificando que Jair Bolsonaro estaria sendo perseguido pelo STF com a colaboração do presidente Lula.
O governo americano argumentou que o STF realiza uma "caça às bruxas política" contra o ex-presidente Bolsonaro e alegou que o tribunal viola direitos fundamentais não apenas dos brasileiros, mas também dos cidadãos americanos. A declaração de Rubio também foi publicada no site do Departamento de Estado dos EUA.
Os americanos não detalharam quando a medida entraria em vigor e nem quais ministros do STF eram considerados "aliados" de Moraes.
Segundo o portal G1, fontes do governo federal afirmam que além de Moraes, Luis Roberto Barroso, o presidente da Corte; Edson Fachin, vice-presidente; Dias Toffoli; Cristiano Zanin; Flavio Dino; Cármen Lúcia; e Gilmar Mendes também foram alvos da sanção.
Os ministros André Mendonça, Nunes Marques e Luiz Fux ficaram de fora da lista.