Aleppo: uma fonte do Ministério sírio das Relações Exteriores, citado pela imprensa estatal, assegurou que o relatório se baseava em testemunhos falsos (Abdalrhman Ismail/Reuters)
AFP
Publicado em 15 de fevereiro de 2017 às 16h05.
O governo sírio negou, nesta quarta-feira, as acusações da ONG Human Rights Watch (HRW) sobre o uso de armas químicas na batalha de Aleppo, qualificando-as de "nada profissionais e nada científicas".
Na segunda-feira, a HRW assegurou que as forças do governo sírio realizaram pelo menos oito ataques com armas químicas durante as últimas semanas da batalha por Aleppo, no fim de 2016.
Mas uma fonte do Ministério sírio das Relações Exteriores, citado pela imprensa estatal, assegurou que o relatório se baseava em testemunhos falsos.
"O governo da República Árabe Síria nega completamente as falsas alegações do relatório da Human Rights Watch", declarou esta fonte.
"O fato de a Human Rights Watch se basear em fontes da mídia terrorista e em falsas testemunhas demonstra a falta de credibilidade do relatório", cujas conclusões são "nada profissionais e nada científicas".
O grupo de defesa dos direitos humanos explicou em seu relatório que havia entrevistado testemunhas, tirado fotos e revisado sequências de vídeos que indicam que helicópteros lançaram bombas de cloro durante a ofensiva contra Aleppo entre os dias 17 de novembro e 13 de dezembro.
Segundo a HRW, cerca de 200 pessoas foram afetadas pelos gases tóxicos usados em ataques contra as áreas da cidade do norte do país controladas pela oposição.
O verdadeiro número de ataques químicos poderia ser maior, afirmou a ONG, que assegurou que jornalistas, equipes médicas e outras fontes críveis informaram de pelo menos 12 ataques nesse período.
As tropas do presidente Bashar al-Assad reconquistaram toda a cidade de Aleppo em dezembro, conseguindo sua maior vitória militar desde o início da guerra civil síria em março de 2011.
Uma investigação conjunta da Organização das Nações Unidas e da Organização para Proibição de Armas Químicas (OPCW, em inglês) concluiu que várias unidades do Exército sírio haviam usado armas químicas contra três povoados do norte da Síria em 2014 e 2015.