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Governo sairá menos PT e mais coalizão com reforma ministerial

Abrir mais espaço para os partidos aliados é positivo, segundo a Tendências Consultoria, porque garantirá apoio no Congresso e uma coligação mais ampla para a campanha de reeleição de Lula em 2006

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2010 às 15h07.

Apesar do recesso parlamentar, a pauta política de janeiro se movimenta com duas questões importantes para o governo Lula: a reforma ministerial e as eleições para as presidências da Câmara e do Senado. Segundo a Tendências Consultoria, a troca de ministros no gabinete de Lula será o fato político mais positivo deste mês, porque ampliará a base de apoio do governo. Por outro lado, as eleições no Congresso podem gerar ruídos indesejáveis.

O maior mérito da reforma ministerial será "deixar o governo um pouco menos PT e mais coalizão", de acordo com a Tendências. Isso eliminará alguns problemas enfrentados por Lula nos dois primeiros anos de mandato. Um deles é a subrepresentação dos aliados na distribuição de cargos dos primeiro, segundo e terceiro escalões. Essa falta de espaço tornou a relação entre o presidente e aliados mais conflituosa que nos anos de Fernando Henrique Cardoso. Entre os efeitos mais palpáveis desses desencontros, está a lentidão na tramitação de projetos e a queda do número de aprovações.

"A decisão de dar mais espaço para os aliados deve ser vista como uma condição mais que necessária não só para manter uma base de apoio no Congresso, mas também para possibilitar a construção de uma coligação mais ampla ao redor de uma eventual candidatura do presidente Lula em 2006", afirma consultoria.

Liderança enfraquecida

Se Lula pode colher bons frutos com a troca de ministros, o mesmo não se pode dizer sobre as eleições no Congresso. Segundo a Tendências, o principal risco do governo, neste ano, não a derrota de seus candidatos às presidências da Câmara e do Senado, sim de que suas lideranças parlamentares percam qualidade, sobretudo na Câmara.

No ano passado, o governo enfrentou poucas dificuldades para reunir, sempre que necessário, uma maioria na Câmara. A principal dúvida é a possibilidade real do deputado Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP) assumir a presidência da Câmara e de continuar sustentando o apoio dos deputados ao governo. O candidato não tem um perfil capaz de conquistar votos no baixo clero da Câmara, além de manter ligações com o Movimento dos Sem-Terra (MST), o que dificultará o apoio da bancada ruralista à sua eleição.

Com isso, o governo corre o risco de ver sua situação parlamentar invertida, segundo a Tendências. Neste ano, ao contrário de 2004, a vitória de Renan Calheiros (PMDB-AL) no Senado deve aproximar Lula dos senadores. Mas mesmo a vitória de Greenhalgh na Câmara não deve facilitar sua vida entre os deputados.

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