Mundo

Governo rejeita elogio a Trump em manifesto de atirador da Nova Zelândia

O governo americano afirmou que a culpa pelo ato de um "indivíduo perturbado" não pode ser atribuída a qualquer político

EUA: o presidente americano condenou o ataque as duas mesquitas na Nova Zelândia (Cheriss May/Sipa/Divulgação)

EUA: o presidente americano condenou o ataque as duas mesquitas na Nova Zelândia (Cheriss May/Sipa/Divulgação)

R

Reuters

Publicado em 17 de março de 2019 às 13h39.

Última atualização em 17 de março de 2019 às 13h43.

Washington — A Casa Branca refutou neste domingo qualquer tentativa de ligar o presidente dos EUA, Donald Trump, ao homem acusado de matar 50 pessoas em duas mesquitas na Nova Zelândia, afirmando que a culpa pelo ato de um indivíduo perturbado não pode ser atribuída a qualquer político.

"O presidente não é um supremacista branco. Não estou certo de quantas vezes vamos ter que dizer isso", disse o chefe de gabinete em exercício da Casa Branca, Mick Mulvaney, no programa "Fox News Sunday".

Na sexta-feira, Trump condenou o "horrível massacre" nas mesquitas, e a Casa Branca chamou o ataque de um "ato de ódio perverso".

Questionado na sexta-feira por um jornalista se considera o nacionalismo branco uma ameaça no mundo, Trump disse: "Na verdade, não. Eu acho que é um grupo pequeno de pessoas".

O manifesto do homem acusado pelas mortes elogia o presidente dos EUA como sendo "um símbolo da renovada identidade e propósito comum dos brancos", ainda que desaprove suas políticas. A referência reacendeu críticas de que Trump não tem sido enfático o bastante em condenar discursos de ódio e tem fomentado o sentimento anti-islâmico.

"Eu não acho que seja justo afirmar que essa pessoa é um apoiador de Donald Trump", disse Mulvaney. "Não mais do que olhar para as passagens ecoterroristas no manifesto e alinhá-lo à [presidente da Câmara] Nancy Pelosi ou à senhora Ocaso-Cortez", uma parlamentar democrata.

"Esse é um indivíduo perturbado, uma pessoa má", acrescentou.

Trump foi duramente criticado nos dias que se seguiram à violência durante um protesto de supremacistas brancos em Charlottesville, na Virgínia, em 2017, quando equiparou brancos supremacistas e seus antagonistas, dizendo que "ambos os lados" tinham culpa no episódio.

"Por diversas vezes o presidente tem acolhido e fortalecido brancos supremacistas -- e em vez de condenar terroristas racistas, ele os acoberta. Isso não é normal nem aceitável", disse no Twitter o senador Kirsten Gillibrand, que está na disputa para ser o candidato presidencial democrata em 2020, logo em seguida ao ataque nas mesquitas da Nova Zelândia.

Acompanhe tudo sobre:Estados Unidos (EUA)Donald TrumpMassacresPreconceitosNova Zelândia

Mais de Mundo

Trem mais rápido do mundo deve iniciar operações na China em 2026

‘Hamas sentiu o nosso poder, atacamos Gaza com 153 toneladas de bombas’, afirma Netanyahu

Presidente eleito da Bolívia afirma que vai retomar relações com os EUA após quase 20 anos

Cidadania espanhola 'facilitada' acaba nesta quarta-feira; saiba o que muda na Lei dos Netos