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Governo provisório da Igreja passa para Tarcisio Bertone

O cardeal camerlengo é o encarregado pela administração dos bens e dos direitos temporários da Santa Sé, ajudado por três cardeais assistentes


	Tarcisio Bertone (D): a primeira ação do camerlengo, uma vez que Bento XVI deixar de ser papa, será selar o apartamento do pontífice e tomar posse do Palácio Apostólico Vaticano.
 (Daniel Dal Zennaro/AFP)

Tarcisio Bertone (D): a primeira ação do camerlengo, uma vez que Bento XVI deixar de ser papa, será selar o apartamento do pontífice e tomar posse do Palácio Apostólico Vaticano. (Daniel Dal Zennaro/AFP)

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Da Redação

Publicado em 13 de junho de 2013 às 07h48.

Cidade do Vaticano - Quando um papa morre ou renuncia, o governo provisório da Igreja Católica passa para as mãos do cardeal camerlengo, cargo do atual secretário de Estado, o cardeal Tarcisio Bertone, nascido em Romano Canavese (Itália), no dia 2 de dezembro de 1934.

O cardeal camerlengo é o encarregado pela administração dos bens e dos direitos temporários da Santa Sé, ajudado por três cardeais assistentes.

Também é o responsável de confirmar a morte do papa, de assinar a ata da morte, de selar o apartamento papal, de tomar posse do Palácio Apostólico Vaticano e dos palácios Lateranense e de Castel Gandolfo.

Nesta ocasião, o pontífice continua vivo e a primeira ação do camerlengo, uma vez que Bento XVI deixar de ser papa, será selar o apartamento do pontífice e tomar posse do Palácio Apostólico Vaticano.

Visto que Bento XVI ficará em Castel Gandolfo e ali não são guardados documentos importantes do pontificado, a residência de verão dos papas não será selada.

A Constituição Apostólica "Universi Dominici Gregis" estabelece que, enquanto a Sede Apostólica estiver vacante, o colégio de cardeais não tem nenhum poder ou jurisdição sobre as questões que correspondem ao papa.

Também determina que as leis existentes não podem ser corrigidas ou modificadas e que o dever dos cardeais é tomar decisões urgentes como estabelecer o dia, a hora e como o corpo será transferido à Basílica de São Pedro, além de preparar as exéquias, no caso da morte do papa.


Quando o papa morre ou renuncia, todos os chefes dos conselhos pontifícios e inclusive o secretário de Estado perdem os seus cargos. Só permanecem o camerlengo, o penitenciário maior e o vigário de Roma.

Nesta ocasião, o secretário de Estado é também o Camerlengo.

O cardeal Bertone, nascido na cidade piemontesa de Romano Canavese, no norte da Itália, no dia 2 de dezembro de 1934, é o quinto de oito irmãos.

Membro da Sociedade de São Francisco de Sales de São João Bosco (Salesianos), Bertone é formado em Teologia pela Faculdade salesiana de Turim e obteve o doutorado em Direito Canônico no Pontifício Ateneu Salesiano.

No dia 1º de julho de 1960 foi ordenado sacerdote e, posteriormente, se doutorou em Direito Público Eclesiástico, Teologia Moral e Direito Canônico em Turim e Roma. Foi professor na Pontifícia Universidade Salesiana de Roma.

Desde a década dos anos 1980 foi consultor de diversos dicastérios da Cúria Romana, especialmente da Congregação para a Doutrina da Fé, o antigo Santo Ofício.

Colaborou na revisão do Código do Direito Canônico, publicado em 1983.

Nomeado arcebispo de Vercelli em 1991, no dia 13 de junho de 1995 renunciou ao governo pastoral da arquidiocese ao ser designado secretário da Congregação para a Doutrina da Fé.


Neste dicastério, Bertone se tornou um estreito colaborador do atual pontífice Bento XVI, o então cardeal Joseph Ratzinger, prefeito da citada Congregação.

Entre outros assuntos, se encarregou do caso do arcebispo africano Enmanuel Milingo, ameaçado de excomunhão após se casar com uma coreana pela seita do reverendo Moon.

Além disso, publicou a terceira parte do "segredo" de Fátima, durante o Jubileu de 2000 e, junto com o cardeal Ratzinger, estudou a documentação sobre os escândalos relacionados com abusos sexuais supostamente atribuídos a sacerdotes e clérigos americanos.

No dia 10 de dezembro de 2002 foi nomeado arcebispo de Gênova e em 21 de outubro de 2003 foi ordenado cardeal no nono e último consistório convocado por João Paulo II dois anos antes de sua morte.

Participou do Conclave do dia 19 de abril de 2005, que elegeu Bento XVI. O pontífice o designou como Secretário de Estado (primeiro-ministro) no dia 22 de junho de 2006, substituindo o cardeal Angelo Sodano.

Em 4 de abril de 2007 foi nomeado camerlengo, depois que o papa aceitou a renúncia do espanhol Eduardo Martínez Somalo que tinha completado 80 anos.

Apaixonado por esporte, especialmente futebol, retransmitiu partidas para algumas redes de televisão italianas.

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