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Governo prepara mudanças no câmbio

O ministro Guido Mantega e o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, discutiram o assunto nos últimos dias

Reunião no Banco Central definirá taxa básica de juros (Divulgação/Banco Central)

Reunião no Banco Central definirá taxa básica de juros (Divulgação/Banco Central)

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Da Redação

Publicado em 5 de março de 2011 às 09h18.

São Paulo - Preocupado com a nova rodada de valorização do real, que ontem atingiu o maior valor desde agosto de 2008, o governo prepara novas medidas na área cambial, informou ao Estado uma fonte do Ministério da Fazenda. O ministro Guido Mantega e o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, discutiram o assunto nos últimos dias e novas iniciativas já estão praticamente prontas pela área técnica do governo.

Segundo a mesma fonte, há grande chance de ela sair logo depois do carnaval. “Será uma medida forte”, disse. Para enfrentar a valorização da moeda brasileira, o governo já elevou duas vezes o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para investimentos estrangeiros em renda fixa (hoje está em 6%), alterou normas de forma a limitar a aposta dos bancos na alta do real, voltou a colocar swaps cambiais reversos (instrumentos equivalentes a compras de dólares no mercado futuro) e também criou o leilão a termo de câmbio, que é uma operação feita em um dia com entrega em data futura.

Entre as medidas possíveis de serem utilizadas para enfrentar a “guerra cambial”, evitar a valorização do real e garantir a competitividade do setor exportador brasileiro está a compra de moeda estrangeira por meio do Fundo Soberano do Brasil (FSB). O governo tem autorização para operar com o FSB, mas ainda não acionou as compras.

Quarentena. Outra possibilidade que já foi mencionada por fontes do governo seria a adoção de medidas de controle cambial, como uma elevação brusca da alíquota do IOF no ingresso de capitais no País até a opção de maior rejeição pelo mercado externo, que é a imposição de uma quarentena para o ingresso de capitais. Existe uma preocupação do governo de deixar claro que ele não pretende criar qualquer dificuldade à saída de capitais estrangeiros.

Ontem, o dólar fechou negociado abaixo de R$ 1,65, o mais recente piso informal que vinha sendo defendido de forma bem sucedida pelo governo.

A cotação de fechamento no balcão foi de R$ 1,644, queda de 0 42% sobre a cotação de anteontem. Na semana, a queda acumulada é de 1,14%. Vale lembrar que o Banco Central atuou fortemente nesta semana para conter a escalada do real, usando as três modalidades de intervenção (compras à vista, swaps reversos e leilões no mercado à termo). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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