Mundo

Governo Lula lamenta morte do senador colombiano Miguel Uribe e repudia violência política

Senador morreu nesta segunda-feira, 11, dois meses depois de ser alvo de um atentado a tiros durante a campanha

Miguel Uribe: senador colombiano morreu nesta segunda-feira (Raul Arboleda/AFP)

Miguel Uribe: senador colombiano morreu nesta segunda-feira (Raul Arboleda/AFP)

Mateus Omena
Mateus Omena

Repórter

Publicado em 11 de agosto de 2025 às 14h34.

Última atualização em 11 de agosto de 2025 às 14h42.

Tudo sobreColômbia
Saiba mais

O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lamentou nesta segunda-feira, 11, o assassinato do senador e pré-candidato presidencial colombiano Miguel Uribe Turbay, vítima de um atentado há dois meses em Bogotá.

A declaração do governo brasileiro foi divulgada em uma nota do Ministério de Relações Exteriores, que disse ter recebido a notícia com "profundo pesar" e repudia 'qualquer forma de violência política'.

Veja a declaração do Itamaraty:

"O governo brasileiro recebe, com profundo pesar, a notícia do falecimento do Senador colombiano Miguel Uribe Turbay, em Bogotá, em decorrência de ataque sofrido em 7 de junho.

Ao reiterar repúdio veemente a qualquer forma de violência política, o governo brasileiro transmite sinceras condolências à família do Senador e manifesta solidariedade ao Governo e ao povo da Colômbia".

Atentado

Miguel Uribe, de 39 anos, foi baleado na cabeça no dia 7 de junho. Ele foi atingido por disparos durante um ato de campanha em Bogotá. O senador conversava com eleitores quando um homem disparou duas vezes contra a sua cabeça e uma contra o joelho.

Um dos quatro seguranças que o acompanhava conseguiu deter o agressor. Segundo as autoridades, o ataque foi cometido por um adolescente de 15 anos, apreendido no local com uma arma de fogo.

Uribe passou por várias cirurgias e ficou dois meses internado em estado grave. No sábado, 9 de agosto, ele teve uma hemorragia cerebral que acabou sendo fatal. O político de oposição morreu à 1h56 (3h56 de Brasília).

Em meados de julho, Uribe apresentou sinais de melhora e, após várias cirurgias e intervenções, havia entrado em processo de neuroreabilitação.

A trajetória de Miguel Uribe Turbay

Miguel Uribe era neto do ex-presidente Julio César Turnay, que governou o país de 1978 a 1982. Sua mãe, Diana Turbay, era apresentadora de TV e foi morta durante um sequestro, em 1991, feito pelo grupo de Pablo Escobar.

Ele atuava na política há mais de dez anos e havia sido vereador em Bogotá, secretário de governo da prefeitura, na gestão de Enrique Peñalosa e candidato a prefeito em 2019. Ele perdeu a disputa e, em seguida, viajou aos Estados Unidos para cursar um mestrado na Universidade Harvard.

Em 2021, conquistou uma vaga no Senado com apoio do ex-presidente Álvaro Uribe (2002-2010). Os dois não têm parentesco, apesar do mesmo sobrenome.

Em 4 de março deste ano, Uribe oficializou sua pré-candidatura à Presidência, nas eleições marcadas para março de 2026, pelo Centro Democrático, partido de direita. Ele criticava com frequência o governo de Gustavo Petro, de esquerda.

Quem mandou matar Miguel Uribe?

Uribe foi baleado em 7 de junho durante comício em um bairro popular de Bogotá. Um criminoso de 15 anos disparou três vezes contra ele, sem que os motivos sejam conhecidos. Duas balas atingiram a cabeça do senador.

As autoridades prenderam seis suspeitos relacionados ao ataque, incluindo o atirador, e apontam para dissidentes da extinta guerrilha Farc como possíveis mandantes do crime.

Entre os detidos pela morte de Miguel Uribe estão o atirador adolescente e Elder José Arteaga Hernández, conhecido como "El Costeño", suposto cérebro logístico do ataque.

Na semana passada, o chefe da polícia colombiana, Carlos Fernando Triana, disse que "muito provavelmente" a Segunda Marquetalia, uma dissidência da guerrilha fundada pelo líder histórico das Farc, Iván Márquez, está por trás do planejamento do ataque.

As autoridades suspeitam que Márquez e aquele que foi seu segundo no comando da guerrilha, conhecido como Zarco Aldinever, estejam mortos.

Acompanhe tudo sobre:ColômbiaCrimeTiroteiosLuiz Inácio Lula da Silva

Mais de Mundo

EUA impõe sanções aos maiores produtores de petróleo da Rússia

Portugal anuncia suspensão de emissão de vistos de procura de trabalho

China inicia formulação do 15º Plano Quinquenal para definir metas de 2026 a 2030

Pela primeira vez, há registro de mosquitos na Islândia; entenda