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Governo lança plano para reduzir queimadas no Cerrado

Entre as ações, está prevista a contratação de 4,5 mil brigadistas para conter os incêndios

Plano lançado pelo governo faz parte dos compromissos do Brasil firmados na última Conferência do Clima (Wikimedia Commons)

Plano lançado pelo governo faz parte dos compromissos do Brasil firmados na última Conferência do Clima (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h42.

Brasília - Em meio às frequentes queimadas que atingem o Centro-Sul do país neste período de estiagem, o governo lançou hoje (15) um plano para reduzir os incêndios e o desmatamento, além de viabilizar alternativas para o uso sustentável dos recursos naturais do Cerrado brasileiro. Entre as ações do plano, está prevista a contratação de 4,5 mil brigadistas para atuar na prevenção e no combate às queimadas.

A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, afirmou que o plano faz parte do compromisso assumido pelo Brasil na Conferência Mundial do Clima, em Copenhague, de redução dos gases de efeito estufa. "É um passo para a implementação dos compromissos da Política Nacional de Clima, do Fundo Clima e do Plano Nacional de Mudanças Climáticas. É um passo para convergir as ações da agricultura sustentável e da siderurgia verde", disse a ministra.

Ela acrescentou que as ações de vários ministérios serão coordenadas visando a ampliar a fiscalização, reduzir o desmatamento e evitar queimadas. “Vamos apertar a fiscalização no sentido econômico e estratégico. Por outro lado, vamos implementar as medidas de prevenção de queimas. Somado a isso, vamos contratar mais 4,5 mil brigadistas dedicados ao Cerrado no próximos cinco anos. Os próximos dois anos serão essenciais para que a gente invista e temos R$ 350 milhões de vários ministérios”, disse.

O Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento e das Queimadas no Cerrado (PPCerrado) prevê a implementação de medidas ambientais até 2011, com objetivo de alcançar resultados até 2020. Entre as medidas estão a ampliação da fiscalização nas rodovias e o aumento da área de floresta plantada voltada para abastecer de carvão vegetal a indústria siderúrgica.

Está prevista ainda a ampliação das áreas de Unidades de Conservação federais em 2,5 milhões de hectares e a abertura de linhas de crédito rural para recuperar 8 milhões de hectares de pastagens degradadas e de reserva legal.

As áreas definidas pelo plano como prioritárias para a implantação das ações são as que estão sob intensa pressão do desmatamento, as consideradas de alta prioridade para a biodiversidade, as de alta relevância para a conservação dos recursos hídricos e as dos municípios com maior índice de desmatamento no período de 2002 a 2008.

Izabella Teixeira ressaltou que um dos focos de atuação previstos no plano é a capacitação de pequenos agricultores e de populações tradicionais que vivem em áreas de preservação.

“Esse plano coloca a agricultura familiar e o Incra [Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária] aliados com o programa de investimentos para prevenção de queimadas e incêndios florestais. Vamos direcionar investimentos para o Incra, não só para assistência técnica dos assentados e das populações tradicionais que vivem em reservas florestais, mas também vamos investir em capacitação e formação. Parte dos brigadistas será formada nos assentamentos rurais”, disse.

De acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em agosto foram registrados 14.629 focos de queimada no Cerrado.

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