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Governo francês suspende aumento dos combustíveis para conter protestos

A suspensão foi a primeira das reivindicações dos "coletes amarelos"

Manifestação na França: Os protestos de sábado passado terminaram com atos de violência nas ruas de Paris e outras cidades (Pascal Rossignol/Reuters)

Manifestação na França: Os protestos de sábado passado terminaram com atos de violência nas ruas de Paris e outras cidades (Pascal Rossignol/Reuters)

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AFP

Publicado em 4 de dezembro de 2018 às 07h46.

Última atualização em 4 de dezembro de 2018 às 10h36.

O governo francês suspendeu por seis meses aumentos previstos para três impostos sobre combustíveis, em resposta a protestos nacionais contra os altos preços nas bombas e o elevado custo de vida, anunciou nesta terça-feira o primeiro-ministro Édouard Philippe.

"Essa raiva, você precisaria ser surdo ou cego para não vê-la ou ouvi-la", disse Philippe, anunciando as mudanças que entrarão em vigor a partir do dia 1º de janeiro.

Fontes oficiais também confirmaram o cancelamento de uma reunião prevista para esta terça-feira entre alguns representantes dos "coletes amarelos" e o primeiro-ministro.

O novo delegado geral do LREM, Stanislas Guerini, havia solicitado publicamente uma moratória do aumento dos impostos sobre os combustíveis para "apaziguar o país".

"Acredito que seria saudável, acredito que é necessário apaziguar o país", declarou Guerini, que admitiu ter mudado de opinião sobre o tema.

Desde 17 de novembro a França é cenário de protestos contra o aumento dos preços dos combustíveis, organizados pelo movimento dos "coletes amarelos".

Os protestos de sábado passado terminaram com atos de violência nas ruas de Paris e outras cidades, com vários incêndios de carros, lojas, uma praça de pedágio em uma rodovia e a sede de uma prefeitura.

Na segunda-feira, a mobilização ganhou a adesão de estudantes do ensino médio. Associações de agricultores anunciaram protestos na próxima semana.

Apesar da violência, 72% dos franceses apoiam os "coletes amarelos", que ampliaram as reivindicações e passaram a exigir aumento dos salários e das pensões, além de maior justiça fiscal, segundo uma pesquisa do instituto Harris Interactive.

Quatro pessoas morreram em incidentes relacionados aos protestos. A vítima mais recente foi uma mulher de 80 anos que não resistiu aos ferimentos sofridos após o lançamento de uma bomba de gás lacrimogêneo em Marselha.

 

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