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Governo francês enfrenta nesta terça moções de censura por caso Benalla

Estas são as primeiras moções de censura apresentadas pela direita e pela esquerda contra o governo desde a vitória de Macron nas eleições de 2017

Mas há poucas possibilidades de que as moções prosperem, já que o partido de Macron, tem ampla maioria na Câmara Baixa do Parlamento (Philippe Wojazer/Reuters)

Mas há poucas possibilidades de que as moções prosperem, já que o partido de Macron, tem ampla maioria na Câmara Baixa do Parlamento (Philippe Wojazer/Reuters)

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AFP

Publicado em 31 de julho de 2018 às 11h04.

O governo do presidente francês, Emmanuel Macron, enfrenta nesta terça-feira duas moções de censura apresentadas pela direita e a esquerda, que exigem explicações sobre o caso de um colaborador do chefe de Estado que foi filmado agredindo manifestantes durante os protestos de 1º de maio.

Estas são as primeiras moções de censura apresentadas na Assembleia Nacional francesa contra o governo, dirigido pelo primeiro-ministro Edouard Philippe, desde a vitória de Macron na eleição presidencial de 2017.

Mas há poucas possibilidades de que as moções prosperem, já que o partido de Macron, A República em Marcha (LREM), tem ampla maioria na Câmara Baixa do Parlamento.

O debate na Assembleia, no entanto, dará à oposição uma tribuna para criticar o Executivo e sua gestão do escândalo iniciado em 18 de julho, quando o jornal Le Monde divulgou um vídeo que mostra Alexandre Benalla agredindo dois manifestantes durante um protesto em Paris.

Benalla foi segurança de Macron durante a campanha eleitoral e após a vitória nas urnas foi contratado pelo Palácio do Eliseu, sede da presidência, onde era um dos colaboradores de maior confiança do presidente até a explosão do escândalo que forçou sua demissão.

"A moção não vai resolver tudo, mas pode, ao menos, restabelecer a ordem republicana", afirmou o líder da extrema-esquerda, Jean-Luc Mélenchon, que se uniu aos socialistas e comunistas para obter as 58 assinaturas necessárias para apresentar sua moção.

O partido de direita Os Republicanos (LR) também denunciou problemas graves no "funcionamento de nossas instituições (...) nos níveis mais elevados do Estado", em referência aos supostos esforços da presidência para ocultar os excessos do homem de confiança de Macron.

Emmanuel Macron quebrou o silêncio na semana passada e assumiu a responsabilidade pelo "caso Benalla", mas fez isto durante um ato em que estavam presentes apenas deputados de seu partido.

Nos dias seguintes, tentando superar o escândalo, minimizou o caso e afirmou que, na sua opinião, aconteceu uma "tempestade em um copo de água".

O primeiro-ministro Edouard Philippe responderá os discursos dos dois deputados que apresentarão as moções de censura.

"Responderá de forma factual e serena, mas com um discurso ofensivo", informou seu gabinete. O governo considera este um "ato individual", enquanto a oposição o considera como um "assunto de Estado".

Na história da V República francesa, instaurada em 1958, apenas uma moção de censura foi aprovada, em 1962, e derrubou o governo de Georges Pompidou.

As moções que serão debatidas nesta terça-feira não têm nenhuma possibilidade de avançar: LR (oposição de direita) tem 103 deputados e a esquerda 63, muito longe da maioria absoluta (289) necessária para a aprovação.

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