Segundo Alain Juppé, há mais pessoas que acreditam que o futuro da Líbia está fora do controle de Kadafi (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 12 de abril de 2011 às 06h06.
Paris - O ministro das Relações Exteriores francês, Alain Juppé, queixou-se nesta terça-feira de que o papel que a Otan cumpre na Líbia é insuficiente e defendeu a destruição das armas pesadas utilizadas pelas tropas de Kadafi no bombardeio a Misrata.
"Em primeiro lugar, a Otan deve cumprir plenamente seu papel. A Otan quis assumir a direção das operações e nós aceitamos. Agora deve cumprir seu papel, ou seja, que Kadafi não utilize novamente armas pesadas para bombardear a população", declarou Juppé em entrevista à emissora de rádio "France Info".
O ministro francês assinalou que abordará esta questão na reunião desta terça-feira em Luxemburgo com seus colegas da União Europeia, em encontro do qual participará um enviado da oposição líbia e no qual se analisará em particular o envio de uma missão humanitária para assistir à população mais afetada pelos combates.
"É preciso fazer um grande esforço e acentuar a ajuda humanitária. A UE, que não quis se implicar na parte militar da operação, deve dar prioridade absoluta a esta ajuda humanitária", comentou com relação à reunião em Luxemburgo.
Questionado sobre o risco de uma partilha da Líbia, o chefe da diplomacia francesa assegurou que "todo o mundo quer evitar isso".
Juppé assinalou que esse é o objetivo da reunião prevista para Doha para "iniciar um diálogo político" entre o Conselho Nacional de Transição (CNT) e "as autoridades da sociedade civil líbia" e "os que em Trípoli dizem que não há futuro com Kadafi, que são cada vez mais".