Mundo

Governo estuda flexibilização do novo ponto eletrônico

O governo estuda uma forma de permitir que as categorias de trabalhadores decidam sobre a obrigatoriedade da implantação do ponto eletrônico diretamente com as empresas

Carlos Lupi, ministro do Trabalho e Emprego (José Cruz/ABr)

Carlos Lupi, ministro do Trabalho e Emprego (José Cruz/ABr)

DR

Da Redação

Publicado em 18 de fevereiro de 2011 às 19h48.

Brasília - O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, admitiu hoje que o governo estuda uma forma de permitir que as categorias de trabalhadores decidam sobre a obrigatoriedade da implantação do ponto eletrônico diretamente com as empresas. A nova regra, adiada por duas vezes, valerá a partir de 1.º de março, quando todas as empresas deverão implementar o sistema. Segundo Lupi, na próxima semana o governo vai decidir se as empresas podem abrir mão do ponto eletrônico por meio de acordo coletivo.

Em almoço com o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, o ministro negou que a intenção do governo seja a aplicação de multas. Lupi ressaltou que a fiscalização será feita nas empresas e só na terceira visita o empregador que não cumprir a regra estará sujeito a punição. "O ponto eletrônico não é para multar", afirmou. O ministro ressaltou que 95% das empresas já adotam algum tipo de controle da frequência do trabalhador, seja com ponto mecânico ou manual. "Estamos muito próximos de ter a totalidade (das empresas)."

Contrário à obrigatoriedade do ponto eletrônico, Skaf também criticou o prazo para o sistema entrar em vigor. "Não adianta impor às empresas o impossível", disse ele, ao se referir à falta de oferta no mercado de pontos eletrônicos. "São necessários milhões de relógios, e não existe essa oferta."

De acordo com Skaf, os empresários temem ficar na ilegalidade por não cumprir o prazo estabelecido pelo governo. "Ninguém quer tolerância da fiscalização. O que nós não queremos é a obrigação", afirmou. Para o presidente da Fiesp, discutir a implementação do sistema com as categorias pode fazer com que questões não relacionadas ao ponto eletrônico venham a ser usadas "como moeda de troca".

Acompanhe tudo sobre:Direitos trabalhistasGovernoLegislação

Mais de Mundo

Trump avalia adiar proibição do TikTok por 90 dias após assumir presidência dos EUA

Rússia admite ter atingido alvos em Kiev em retaliação aos ataques de Belgorod

Mídia americana se organiza para o retorno 'vingativo' de Trump

'Vários feridos' em acidente com teleférico em estação de esqui na Espanha