Benjamin Netanyahu (Amir Levy/Getty Images)
Agência de Notícias
Publicado em 28 de novembro de 2024 às 13h10.
Última atualização em 28 de novembro de 2024 às 13h13.
O ministro das Relações Exteriores da Espanha, José Manuel Albares, garantiu nesta quinta-feira que se o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, visitar o país, o governo aplicará a ordem de detenção emitida pelo Tribunal Penal Internacional (TPI).
“Vamos cumprir todas as obrigações", disse Albares aos jornalistas no Congresso, em referência ao mandado de prisão emitido na semana passada pela Corte de Haia contra Netanyahu e seu ex-ministro da Defesa, Yoav Gallant, por crimes de guerra no contexto da ofensiva israelense na Faixa de Gaza.
Em resposta, Benjamin Netanyahu confirmou na véspera que irá recorrer dessa ordem.
Na comunicação que enviou ontem ao TPI, organização que não reconhece, Israel considerou que este mandado de detenção “revela detalhadamente quão implausível e carente de base factual ou jurídica” foi a decisão da sua emissão.
Sem citar ordem de prisão contra Netanyahu, países do G7 dizem que 'cumprirão com obrigações'Diante desta reação, Albares destacou que o Tribunal Penal Internacional tem um Estatuto de Roma do qual a Espanha é fundadora, o que “implica uma série de obrigações, e vamos cumprir todas as que são impostas”.
Durante o seu discurso no Congresso, o ministro anunciou uma contribuição adicional de 1,6 milhão de euros (cerca de R$ 10,1 milhões) para o Tribunal Penal Internacional, totalizando 8 milhões de euros (cerca de R$ 50,5 milhões) desde o ano passado, o que coloca a Espanha “entre os dez maiores contribuintes”, segundo Albares.
Por sua vez, o alto representante da União Europeia para Relações Exteriores, Josep Borrell, pediu esta quinta-feira ao bloco europeu que use sua influência no conflito no Oriente Médio e passe de medidas persuasivas para medidas “coercivas” contra Israel.
Em relação às críticas de alguns países à medida do TPI, Borrell pediu que “parem de se esconder atrás do antissemitismo”.
“Não tem nada a ver com antissemitismo, trata-se de buscar justiça no cenário mundial”, completou.