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Governo e separatistas catalães trocam acusações antes de eleição

O pleito foi convocado pelo Executivo espanhol como uma das medidas para restabelecer a legalidade constitucional após a declaração de independência

Catalunha: Puigdemont acusou o governo da Espanha de ignorar a separação de poderes (Yves Herman/Reuters)

Catalunha: Puigdemont acusou o governo da Espanha de ignorar a separação de poderes (Yves Herman/Reuters)

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EFE

Publicado em 18 de dezembro de 2017 às 15h37.

Madri - O governo da Espanha e os separatistas catalães trocaram nesta segunda-feira acusações sobre ilegalidades cometidas na campanha para as eleições para o parlamento da Catalunha, marcadas para ocorrer na quinta-feira.

O pleito foi convocado pelo Executivo espanhol como uma das medidas para restabelecer a legalidade constitucional horas depois de o parlamento da Catalunha ter aprovado uma declaração de independência considerada ilegal pela Justiça do país.

A vice-presidente do governo da Espanha, Soraya Saénz de Santamaría, voltou hoje ao Senado para justificar as medidas tomadas em outubro para "proteger os direitos dos catalães e a lei".

"Os propósitos independentistas eram uma enganação em massa com consequências nefastas para o interesse geral, a convivência e o bem-estar dos cidadãos", disse a vice-presidente.

As declarações foram respondidas pela vice-líder da Esquerda Republicana da Catalunha (ERC), Marta Rovira, que lembrou que vários lideres do movimento separatista estão presos provisoriamente por uma "clara vontade política" do governo central da Espanha.

Era fazia uma referência indireta ao candidato da ERC, Oriol Junqueras, um dos quatro presos.

Segundo as pesquisas, a ERC deve ser o partido mais votado na quinta-feira, em uma disputa apertada contra os liberais constitucionalistas do Ciudadanos.

Junqueras concedeu uma entrevista à emissora "RAC1" da prisão na periferia de Madri onde está detido. O líder separatista afirmou que está em uma cela porque provou que não se esconde e que é responsável por seus atos e decisões.

As declarações foram um ataque ao seu grande rival entre os separatistas, o ex-presidente regional da Catalunha Carles Puigdemont, que fugiu para Bruxelas em outubro para não ser preso.

Também em entrevista "RAC1", Puigdemont acusou o governo da Espanha de ignorar a separação de poderes e de usar a "política penitenciária" para se vingar dos indepedentistas.

Já a liberal Inés Arrimadas, do Ciudados, alertou hoje que a Catalunha irá piorar se voltar a ser governada pelos separatistas.

"A Catalunha vive uma crise sem precedentes porque eles prometeram a independência e, por outro lado, estragaram o autogoverno catalão e a economia", criticou Arrimadas.

O governo da Espanha pediu ajuda à União Europeia (UE) para garantir a cibersegurança nas eleições da quinta-feira.

O centro de apuração de votos foi reforçado com mais equipes e recursos tecnológicos. Além disso, estão sendo feitas simulações de todo o processo para verificar a segurança do sistema de contagem dos votos. Não foram encontradas falhas no mecanismo.

Essas iniciativas ocorrem após terem sido registradas mensagens enviadas pela internet a partir da Rússia e da Venezuela que apoiavam a ação dos separatistas.

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