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Governo e oposição convocam manifestações na Venezuela

Dois lados envolvidos no impasse realizarão manifestações paralelas depois de as autoridades rejeitarem recontagem de votos

Apoiadores do líder da oposição Henrique Capriles enfrentam policiais em Caracas (Christian Veron/Reuters)

Apoiadores do líder da oposição Henrique Capriles enfrentam policiais em Caracas (Christian Veron/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 16 de abril de 2013 às 09h53.

Caracas - Os dois lados envolvidos no impasse político venezuelano realizarão manifestações paralelas nesta terça-feira, depois de as autoridades eleitorais rejeitarem pedidos da oposição para uma recontagem de votos, e de confrontos entre manifestantes e a polícia em Caracas.

O líder oposicionista Henrique Capriles disse que a contagem de sua equipe mostra que ele venceu a eleição presidencial de domingo, e exigiu uma auditoria completa dos resultados oficiais, que deram vitória por estreita margem para o candidato governista Nicolás Maduro, que é o presidente interino do país.

O Conselho Nacional Eleitoral rejeitou a recontagem, e a polícia usou gás lacrimogêneo e balas de borracha, na segunda-feira, para dispersar partidários da oposição que protestavam em bairros ricos de Caracas.

A eleição foi convocada depois da morte do presidente socialista Hugo Chávez, em março, vítima de câncer. Meses antes de morrer, Chávez apontou Maduro como seu herdeiro político. Abertas as urnas, o candidato chavista teve 50,8 por cento dos votos, contra 49 por cento de Capriles.

Os dois lados convocaram seus partidários para manifestações pacíficas na terça-feira, gerando temores de mais turbulências políticas para o país.

"Convoco o povo para lutar pacificamente, para se mobilizar em todo o país... Já chega de abusos!", disse Maduro a jornalistas na segunda-feira, horas depois de ser oficialmente declarado vencedor. "Estão tentando violar a maioria... convocamos (a oposição) a respeitar a vontade popular."

Além dos confrontos em Caracas, que incluíram protestos em frente à sede do canal estatal VTV e da casa da presidente da comissão eleitoral, foram registrados protestos em várias cidades do interior.

Capriles, governador do Estado de Miranda, espera salientar a fraqueza do mandato de Maduro e alimentar a raiva da oposição com sua acusação de que o conselho eleitoral age de forma tendenciosa em favor do partido governista PSUV.

Mas a estratégia pode ter efeito adverso se as manifestações derem origem a distúrbios prolongados, como aqueles que a oposição comandou entre 2002 e 2004, e que em alguns casos incluíam o bloqueio de vias públicas por vários dias, com lixo e pneus em chamas.

O retorno a uma situação de turbulência prolongada nas ruas pode reavivar as dúvidas sobre as credenciais democráticas da oposição, justamente quando o antichavismo obteve seu melhor resultado numa eleição presidencial, e quando Capriles se consolida como seu líder.

Mas Capriles diz que continuará lutando.

"Não vamos ignorar a vontade do povo. Acreditamos que vencemos... queremos que esse problema seja resolvido pacificamente", disse o candidato a jornalistas. "Não há maioria aqui, há duas metades." 

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