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Governo e oposição argentina antecipam sonhos presidenciais

Apesar dos nomes de alguns dos interessados em ocupar a presidência argentina já serem conhecidos, novos candidatos ligados tornaram públicas suas intenções


	Cristina Kirchner: presidente diz que não vai se candidatar em 2015, mas oposição e kircheristas já se articulam
 (Enrique Marcarian/Reuters)

Cristina Kirchner: presidente diz que não vai se candidatar em 2015, mas oposição e kircheristas já se articulam (Enrique Marcarian/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 16 de fevereiro de 2014 às 17h18.

Buenos Aires - Depois de a presidente argentina, Cristina Kirchner, confirmar em diversas ocasiões sua intenção de não se candidatar à reeleição, dirigentes do governo e da oposição começaram esta semana a divulgar suas aspirações presidenciais para o pleito do 2015.

Apesar dos nomes de alguns dos postulantes a ocupar a chefia do Estado argentino já serem conhecidos, nos últimos dias novos candidatos ligados ao kirchenismo tornaram públicas suas intenções, enquanto a oposição estuda possíveis alianças e acordos entre seus diferentes blocos.

Quem surpreendeu foi senador governista Aníbal Fernández que, embora tivesse garantido anteriormente que 'não descartava', na sexta-feira confirmou sua intenção de 'concorrer' à presidência argentina.

'Entendo que sim. Criamos uma ferramenta que permite que todo mundo concorra no mesmo partido. Já não há dinheiro que não se sabe de onde vem. Então, daí tem que sair o candidato', disse Fernandéz em declarações a uma rádio local.

Do governo também deixou claras suas aspirações o governador da província de Entre Ríos, no norte do país, Sergio Urribarri, ainda desconhecido para a opinião pública, que anunciou que concorrerá nas próximas eleições primárias, abertas e simultâneas como passo prévio a sua candidatura presidencial.

Tanto Fernández como Urribarri se somam à lista de candidatos presidenciais que existem no seio do governo, a começar com o governador da província de Buenos Aires, Daniel Scioli, o primeiro a anunciar suas intenções após se afastar do 'núcleo duro' do kirchnerismo.

'Aqueles que analisam as perspectivas para o futuro, sabem que eu transmito confiança. Por isso pode ser que me vejam como um possível candidato presidencial', disse Scioli na quinta, direto de Nova York, onde se reuniu com empresários e investidores no Conselho das Américas.

À lista de governadores com aspirações presidenciais entrou também esta semana o da província de Salta, Juan Manuel Urtubey, que não descarta chegar a algum tipo de acordo com Scioli em sua corrida rumo a Casa Rosada.

Também reconhecidos kirchneristas, como o ministro do Interior e Transporte, Florencio Randazzo, se lançaram publicamente ao campo, enquanto entre os que contam com o favor da presidente aparece seu braço direito e atual chefe de gabinete, Jorge Capitanich.

Da oposição, segue sendo citado com força um dos antecessores de Capitanich na equipe de Cristina Kirchner, o peronista dissidente Sergio Massa, que venceu as últimas eleições legislativas do ano passado contra o governo na província de Buenos Aires, o maior distrito eleitoral do país.

Esta semana voltaram a pipocar na imprensa as aspirações do prefeito de Buenos Aires, o conservador Mauricio Macri, e do ex-governador de Santa Fé, o socialista Hermes Binner, que já se propôs a ocupar o escritório presidencial em 2011.

As alianças de olho em 2015 têm sido analisadas também por outros candidatos da oposição, como Ernesto Sanz, titular da União Cívica Radical (UCR), e o deputado e ex-presidente do governo Julio Cobos.

Apesar de em um princípio ter sido apontado um acordo entre a Proposta Republicana (Pró) de Macri com os radicais, hoje o prefeito de Buenos Aires desprezou qualquer possibilidade.

'Não vamos participar de internas de nenhum dos partidos tradicionais, nós apostamos em uma construção nacional', afirmou o chefe de governo portenho.

Faltando mais de um ano e meio para as eleições presidenciais, segundo as últimas pesquisas, com a aprovação inicial de Sergio Massa, com 21,1%, seguido por Scioli, com 16,2%, e Macri no terceiro lugar com 10%. 

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